São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994
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Igreja critica programa

DA REPORTAGEM LOCAL

A cúpula da Igreja Católica não aceita a inclusão da descriminalização do aborto no programa de governo do PT. A ala progressita da Igreja, onde o partido coleciona adeptos, criticou a inclusão do tema na versão preliminar do programa e espera reunir os deputados petistas com votos nas bases da Igreja para tentar retirar o tema do programa final.
O cardeal arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, afirmou que há, no interior do PT, diversos militantes e parlamentares afinados com a moral católica e que eles deverão lutar para que o tema seja retirado do programa de governo. Ele também espera que candidatos do partido ligados a movimentos religiosos influam na decisão final do PT.
Nas bases da Igreja a questão também foi criticada. Militantes de organizações ligadas à defesa dos Direitos Humanos disseram à Folha que terão dificuldades de levar o programa do PT na periferia caso seja mantida descriminalização do aborto. A Folha apurou que padres ligados ao PT também vêem como um erro do partido a inclusão do tema no programa de governo.
Na ala consevadora da Igreja a proposta petista foi criticada mais duramente. "É inacreditável que um partido tenha uma postura dessas. O aborto é crime sob qualquer ótica", disse dom Boaventura Kloppenburg, bispo de Novo Hamburgo (RS).

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