São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994
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Amazônia ganha plano contra sonegadores

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS, E DA FOLHA NORTE

A Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Receita Federal, Polícia Federal e secretarias de Fazenda de São Paulo, Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia anunciaram ontem que vão acompanhar a entrada de mercadorias na área de isenção fiscal da Amazônia Ocidental. O plano, batizado de Sistema de Controle de Internamento de Mercadorias (SCIM), foi aprovado após dois dias de reunião e busca evitar que organizações como a "máfia do açúcar" operem na Zona Franca.
"Agora fechamos a Amazônia para os sonegadores", anunciou o secretário da Polícia Federal, Wilson Romão. Na primeira fase desse serviço devem ser informatizados os postos de fiscalização da Suframa em Óbitos (PA) e Vilhema, que estão interligados à Secretaria de Fazenda de São Paulo.A "máfia do açúcar" vinha atuando há pelo menos cinco anos a partir do interior de São Paulo. Das usinas de açúcar -a maioria localizada em São Paulo- saiam vendas destinadas à Amazônia, onde há isenção de ICMS e IPI, mas que nunca chegaram à região.
"Com o plano poderemos acompanhar o transporte da mercadoria", explica o diretor-executivo da administração tributária de São Paulo, Sebastião Zorzeto. Duzentos fiscais do fisco paulista já rastreiam 76 usinas suspeitas de envolvimento com a sonegação. Também foi definida uma mudança na metodologia de investigação: "Cada órgão fará sua parte, para depois cruzarmos os dados", explica José Nazareno de Oliveira, da PF de Rio Preto, que preside o inquérito da "máfia do açúcar". Até agora, cinco servidores da Suframa foram presos temporariamente e mais sete estão sendo investigados.

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