São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994 |
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Itamar insiste em Garcia para vice de FHC SÔNIA MOSSRI SÔNIA MOSSRI; FERNANDO GODINHO
Itamar fez o convite a Hélio Garcia por telefone, no ínicio deste mês. O presidente também se vale de interlocutores comuns para reforçar o convite. Já procuraram o governador de Minas em nome do presidente o líder do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS), os deputados Raul Belém (PP-MG) e Israel Pinheiro Filho (PTB-MG) e o ex- ministro das Minas e Energia, deputado Paulino Cícero (PSDB-MG). Assim como FHC, Itamar defende uma coligação do PSDB com o PFL e partidos como PTB, PP e PL e parte do PMDB. O ministro avalia que esta coligação pode não só lhe garantir a vitória na eleição como também uma base para seu plano econômico no Congresso. Posteriormente, esta coligação seria a base de um novo partido político governista. Itamar e FHC avaliam que a adesão de Garcia traria a maioria dos votos de Minas, segundo colégio eleitoral do país depois de São Paulo. O que será fundamental, uma vez que o eleitorado paulista deverá se dividir entre Quércia, Maluf, Fernando Henrique e Lula. Animado com as discussões em torno do seu nome, Hélio Garcia chega hoje a Brasília para uma reunião com cerca de 40 políticos, entre eles lideranças do PSDB e PFL e assessores diretos de Itamar. Na última sexta-feira, o deputado Raul Belém (um dos parlamentares mais próximos a Itamar) se reforçou o convite para Garcia fazer parte da chapa encabeçada por FHC mas não obteve uma resposta conclusiva. "Vamos conversar", disse o governador mineiro, fiel ao estilo de não assumir compromissos políticos antes de esgotar todas as possibiliades de negociação. Em entrevista à Folha anteontem, o governador mineiro disse que nunca deu "uma palavra de apoio" a FHC e que não pensa e não deseja ser vice-presidente. Em Brasília, a chapa FHC-Garcia agrada aos tucanos. Anteontem, antes de embarcar para Washington, FHC foi procurado pelo deputado Paulino Cícero, pré-candidato do PSDB à sucessão mineira. Cícero disse ao ministro que sua candidatura defendida pelos diretórios do partido em Minas e defendeu Garcia para vice. O próprio PFL, que reivindica publicamente o lugar do candidato à vice na chapa de FHC, já admite abrir mão da indicação em nome do PTB. Isso diminuiria a resistência de parte dos tucanos –sobretudo da Bahia, Santa Catarina, Paraná e Piauí– à aliança com o PFL. Texto Anterior: Texto pode mudar, diz Lula Próximo Texto: Ministro deve indicar sucessor Índice |
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