São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994
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Estudo prevê inflação de 2,3% com o real

DA SUCURSAL DO RIO

Um estudo do Corecon (Conselho Regional de Economia), do Rio de Janeiro, divulgado ontem, está projetando, na hipótese de adoção do real em abril, uma inflação de 2,3%. Com base nesta projeção, o estudo prevê uma inflação com a nova moeda de 30% em 94. O SPQ (Sistema de Projeções Qualificadas) resulta da média de opiniões de 16 economistas que fazem análise de conjuntura.
Segundo o presidente do Corecon, Hélio Portocarrero, a inflação do real não será puxada pelos oligopólios, apontados pela equipe econômica do governo como os principais vilões na subida de preços após a implantação da URV. Para ele, a alta de preços na fase da nova moeda deverá ser impulsionada pelos setores competitivos como o agrícola e o de serviços.
O SPQ, divulgado a cada dois meses, projetou para março e abril a variação em URV, respectivamente, de 41,9% e 42,6%. A inflação no mesmo período, tomando como base a evolução do IGP (Índice Geral de Preços) da Fundação Getúlio Vargas, será de 40,8% este mês e 40,3% em abril.
Pelo estudo, os juros continuarão evoluindo positivamente em decorrência do plano FHC. Em março e abril os juros reais sob títulos públicos (descontada a TR do período) ficarão em 2,4%. "A manutenção das taxas de juros serve para segurar o consumo", disse.
A análise encomendada pelo Corecon prevê que a indústria brasileira deve manter o crescimento este ano, embora em níveis inferiores aos registrados em 93. A previsão é de uma evolução de 4,4% na produção industrial contra os 9,1% estimados no ano anterior.
O estudo analisou que a taxa de desemprego ficará estacionada no índice atual de 6% –"nível insuficiente para absorver a crescente demanda por postos de trabalho".
Um dos problemas na implantação do plano econômico, para os economistas, será a dificuldade no equilíbrio das contas do governo. A projeção é de um déficit operacional de 0,8% em 94.

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