São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994
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Ciro diz que evitou massacre

DO ENVIADO ESPECIAL A FORTALEZA

O governador Ciro Gomes disse que "evitou um Carandiru no Ceará". Ele se referia ao massacre de 111 presos na Detenção em São Paulo em 92. Segundo Ciro Gomes, o governo falhou ao permitira a entrada do cardeal no presídio sem escolta. Às 11h de ontem, ele deu entrevista exclusiva à Folha. Estava há 29 horas sem dormir.
Folha - Como o senhor foi informado da rebelião e o que fez?
Ciro Gomes - Recebi um bilhete às 10h40. Estava a 220 km do local. Fui de helicóptero. Cheguei às 12h e estava um caos: os bandidos sem liderança e a polícia nervosa. Telefonei para o Itamar e pedi ajuda da PF. Liguei para o Fleury e pedi um esquadrão especializado. O grupo chegou quando os amotinados já tinham saído.
Folha - Com quais exigências dos amotinados o sr. concordou?
Gomes - Foram entregues o carro-forte, oito revólveres, duas metralhadoras ineficientes e duas espingardas (uma bala cada). Nas metralhadoras, duas balas eram de verdade, para o caso de um teste.
Folha - Qual o principal erro?
Gomes - Trouxemos parentes dos amotinados para convencê-los a se render. Achamos a irmã do líder. Não sabíamos que ele odiava a família. Quando viu a irmã, apontou o fuzil para ela.

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