São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994
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Traduções primam pela melodia

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Não resta a menor dúvida que Augusto de Campos é um dos melhores, senão o melhor, tradutor de poesia em atividade no Brasil. Muitos zombam da tese dele e de seus colegas do concretismo de que a tradução poética deve ser uma "transcriação", que procura não só traduzir o sentido do poema, mas também imitar os elementos formais do original: a acentuação, as assonâncias, os trocadilhos. Poucos, no entanto, podem oferecer uma tradução de "O Barco Bêbado", um dos mais famosos poemas de Rimbaud, à altura da publicada por Campos em "Rimbaud Livre".
"Rilke: Poesia-Coisa", além de chamar a atenção para um Rilke menos místico, oferece outros exemplos de traduções excelentes. É o caso de "A Pantera", "Dançarina Espanhola", "A que Vai Ficar Cega" e "O Fruto". Se às vezes Campos faz versos que não parecem tão naturais em português quanto no original ("Arfar em deus" soa esquisito num dos "Sonetos a Orfeu", por exemplo), o que predomina é o ouvido apuradíssimo do poeta. (DP)

Título: Rilke: Poesia-Coisa
Tradutor: Augusto de Campos
Preço: ainda não definido
Quando: Amanhã nas livrarias

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