São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994
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História e mito preservam a fama de Creta

MANUEL DIRCEU MARTINS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Ao desembarcar no porto da confusa e barulhenta capital Heráklion, os navegantes são recebidos pelas figuras de Ícaro e Dédalos, pintados na parede de um dos edifícios da orla. A não ser pelo Museu Arqueológico, na praça Eleftherias, e pelo charme da vida noturna, a cidade pouco difere das outras localidades portuárias do mediterrâneo.
Pelo seu tamanho, com 210 mil habitantes, ela talvez seja uma das mais desorganizadas da Grécia, à primeira vista. Mas ante a imagem dos dois voadores é fácil não fazer caso da agitação das ruas, pela certeza de se estar em solo cretense.
O poeta alemão Goethe disse que na arte de sonhar a vida ninguém sonhou mais bonito que os gregos. Apesar de todo morador de Creta ser antes cretense que grego, dentre eles, Ícaro foi o que mais se empolgou, sonhando voar além de seus limites. Foi Dédalos, seu pai, arquiteto do rei Minos, quem projetou as asas para que ambos fugissem do labirinto, ao qual foi condenado a projetar e habitar, pela fúria de seu monarca.
Até aí ainda é tudo mitologia. Mas a cidade de Knossos, onde a civilização minóica habitou, esta existe de verdade. As ruínas e muito o que restou de pé da capital do império ficam a 6 km ao sul de Heráklion. O local é facilmente alcançável de ônibus. Os arredores do sítio arqueológico registram temperaturas acima de 40 graus centígrados no verão. (MDM)

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