São Paulo, quinta-feira, 17 de março de 1994
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Livro ensina 'baianês'

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Saber a língua local quando se viaja é exigência evitar problemas. Mas não é apenas no exterior que aparecem dúvidas. Para quem vai à Bahia e pretende conversar –e entender– os nativos, foi criado o "Dicionário de Baianês", escrito pelo carioca –naturalizado baiano– Nivaldo Lariú.
Em seis anos, Lariú anotou expressões do linguajar da Bahia –principalmente da capital Salvador– e selecionou cerca de 800 verbetes.
Surpreendido pelos filhos –estes sim, baianos legítimos–, que utilizavam uma linguagem toda especial –"porreta", diriam– e se espantavam com os parentes do interior do Rio de Janeiro, Lariú conseguiu reunir mais de 1.200 palavras no pequeno dicionário.
"Altear o volume do rádio" (aumentar o volume), "enfatiotado" (enfeitado) ou "roupa na corda" (alguém que não pode ouvir a conversa) são, segundo o autor, expressões de uso generalizado na Bahia. Ele diz ter tomado o cuidado necessário para não restringir o vocabulário a pequenos grupos. Mesmo assim, muito baiano fica surpreso ao ouvir tais expressões. Fiz o teste com uma amiga de Salvador, que garantiu: "Alguma coisa aí é forçada".
Ao final do livro, há historinhas que procuram testar os conhecimentos que o leitor absorveu. O trabalho em decifrar o jeito de falar do baiano começa logo nos títulos das narrativas: "De Como Val Desasnou" e "Nessa Ontoniel se Lenhou", por exemplo. Para quem não vai à Bahia, o dicionário também é útil –ao menos proporciona boas risadas. (Luís Perez)

ONDE ENCONTRAR: av. Manoel Dias da Silva, 1.941, apto. 105, Salvador.

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