São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 1994
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Cão causa briga e um morre na zona sul

DA REPORTAGEM LOCAL

Um tiro disparado na pata de um cachorro foi o motivo de uma discussão que acabou com um morto e três feridos. O cachorro havia assustado dois homens, que feriram o animal. Os donos da cadelinha queriam vingar "July", o que teria iniciado o tiroteio. O crime aconteceu anteontem, às 20h30, na rua Miguel Dionísio Vale, no Jardim Nakamura (zona sul).
O motorista Antônio Ermínio da Silva, 35, e o mecânico Valcélio Ribeiro, 20, entraram em um terreno, pois Ribeiro queria urinar. Pouco depois, os dois foram surpreendidos pelo cachorro, que se aproximou latindo. Ribeiro sacou um revólver calibre 38 e disparou. A bala acertou a pata de July.
O tiro foi ouvido pelo frentista Nelson Carvalho dos Santos, 24, e por seu pai, o sapateiro Naércio Antônio dos Santos, 49. Donos do cão, eles moram ao lado do terreno onde aconteceu o disparo. Nelson pegou um revólver e Naércio, uma faca. Eles saíram de casa e, ao entrarem no terreno, viram July ferida e depararam com Ribeiro e Silva. Os quatro discutiram.
Segundo a delegada Siomara Tomaz de Carvalho, do 100º DP, Nelson disse que Ribeiro e Silva tentaram desarmá-lo. Nelson teria acertado quatro tiros em Silva e um na perna de Ribeiro. Silva caiu e Náercio o teria esfaqueado. Ribeiro teria revidado, acertando dois tiros na cabeça de Naércio e um no peito de Nelson. Em seguida, ele foi ao pronto-socorro do Hospital do Campo Limpo.
Para esse hospital também foram Nelson e Naércio. Silva foi deixado no terreno e a PM foi chamada para socorrê-lo. Os policiais também o levaram para o hospital do Campo Limpo. Só então a polícia conseguiu descobrir o que havia acontecido. Após serem medicados, Nelson e Ribeiro foram parar no 100º DP. O primeiro foi preso por homicídio e o outro por tentativa de assassinato.
Canário
O pedreiro José Luciano Torres, 26, foi morto ontem de madrugada com quatro tiros por um grupo de homens encapuzados. Eles invadiram o barraco da favela do Jardim Nova Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), onde o pedreiro morava com sua mulher, Célia Maria de Jesus. O motivo do assassinato seria um canário da terra que Torres comprou há três meses, por CR$ 15 mil.
Um traficante de drogas da favela é o principal suspeito do crime. Ele teria vendido o canário para o pedreiro e, na tarde de anteontem, foi com um amigo até o barraco de Torres pedir o pássaro de volta. O pedreiro teria se recusado a vender o canário. Houve discussão. Torres teria dado uma facada de raspão no amigo do traficante, que prometeu se vingar. Horas depois, além de matar o pedreiro, os encapuzados roubaram o canário, a gaiola e a ração do pássaro.

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