São Paulo, domingo, 27 de março de 1994 |
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F-1 se articula para fortalecer a Ferrari
JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
Aumentar a competitividade e resgatar a emoção ao público são apenas felizes consequências de um objetivo maior: tirar o time de Maranello do vermelho. A equipe não ganha uma corrida desde 1990, quando Alain Prost venceu em Jerez, na Espanha. Um pensamento imediato daria conta de que, para os outros times, mais um fracasso da Ferrari seria ótimo. Certo? Errado. O ideal para as pessoas assistirem às corridas é haver pelo menos quatro equipes competitivas e no mínimo cinco bons pilotos brigando pelas primeiras posições. Sendo imediato, mais uma vez, a Ferrari poderia não estar entre estas equipes. Certo? Errado, de novo. F-1 sem Ferrari, é como Copa sem seleção brasileira. Se um bilhão de pessoas deixaram de assistir às transmissões em 93, sem a Ferrari em 95 serão mais outros tantos. Mas a escuderia não abandonaria a F-1 assim, de um estalo. Certo? Certo, mas ameaçou. É óbvio que não foi a sério. Mas sua imagem está maculada, depois dos recordes negativos acumulados até 93, a ponto de a Fiat cobrar resultados. Não é a primeira vez que a Ferrari se favorece nos bastidores. Em 85, Enzo não concordou com a abolição imediata do turbo proposta pela FIA (entidade que controla o automobilismo mundial) e encomendou a seus engenheiros um modelo para a F-Indy, que está em exposição em Indianapolis. Nunca andou. Já o turbo, foi abolido só três anos mais tarde. Como Enzo está morto desde 88 e a Ferrari se tornou a bagunça de agora, quem teve que se mexer desta vez foram seus próprios adversários. Isso não contradiz os boatos de que algumas equipes, como a Benetton, estejam torcendo o nariz para o reabastecimento. A pergunta é quanto cada uma terá que ceder à irmã mais velha. Texto Anterior: Ainda há como se divertir com a F-1 Próximo Texto: TVs são contra abastecimento Índice |
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