São Paulo, domingo, 27 de março de 1994 |
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OEA tenta se revigorar com novo chefe
NEWTON CARLOS
O que é hoje a OEA tem sua origem na União Internacional das Repúblicas Americanas, criada em 1890, por iniciativa dos EUA, para dar ao continente "voz autorizada diante de uma Europa colonialista e reincidente". Veio depois a União Panamericana, como a anterior, à sombra dos Estados Unidos. A OEA surgiu em 1948 em oposição a um "novo tipo de colonialismo", a expansão da ex-União Soviética. O caráter "anticomunista" da OEA foi adotado na assembléia de 1954, seguida da derrubada do governo da Guatemala, acusado de comunismo. O governo de Cuba (não o país) foi expulso em 1962, por "incompatibilidade" do sistema interamericano com o regime marxista e, em 1965, houve intervenção na República Dominicana. Com o fim da Guerra Fria, a tarefa maior passou a ser a "defesa da democracia". Em 1991, pela primeira vez na história da OEA não havia em seu plenário ninguém cujo governo não tivesse sido eleito. O Chile propôs a criação de "mecanismos automáticos de defesa da democracia e dos direitos humanos", mas a decisão foi simplesmente aprovar "medidas eficazes", não especificadas, para assegurar a "paz política". Medo de mais intervencionismos, embora proibidos pela Carta da OEA. O novo secretário-geral, além de lutar contra a imagem de inutilidade e impotência da entidade, terá de completar a transição da OEA para o pós-Guerra Fria. A disputa é entre o presidente da Colômbia, Cesar Gaviria, em fim de mandato, e Bernd Niehaus, ministro do Exterior da Costa Rica. Gaviria fez campanha cerrada e aparentemente conseguiu apoio de EUA, México, Brasil, Argentina e Peru, o time dos "grandes". Mas Caribe e América Central fecham com Niehaus. Texto Anterior: Pessoal de Clinton tenta mudar investigador Próximo Texto: Reino Unido emperraa expansão da UE Índice |
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