São Paulo, quarta-feira, 30 de março de 1994
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"O Guarani" é relançado depois de 35 anos

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

'O Guarani' é relançado depois de 35 anos
Em agosto de 1959, a cadeia de lojas Cassio Muniz, que acabara de criar o selo Chantecler, lançou-se na superprodução fonográfica que consistiu em gravar e publicar uma versão integral de "O Guarani', de Carlos Gomes (1936-1896).
A Continental-Warner, que possui hoje os direitos da gravação, acaba de relançá-la em três CDs que têm antes de mais nada o mérito didático. Permite descobrir, tantos anos depois, o desempenho de cantores como o tenor Manrico Patassini, do soprano Niza de Castro Tank ou do barítono Paulo Fortes, comoventemente esforçados. Há também o rigor do maestro Armando Belardi e, sobretudo, uma Orquestra Sinfônica de São Paulo de padrão técnico incomparavelmente superior ao desse conglomerado de instrumentistas que toca no Teatro Municipal.
"O Guarani" foi das obras mais patrulhadas pelos modernistas. Era a caricatura com estética italiana de uma caricatura indianista inicial, feita por José de Alencar a partir das supostas relações cavalheirescas entre um índio e os portugueses no início do período colonial. De qualquer modo, uma gravação imperdível para a discoteca de colecionadores.
Fora do circuíto comercial e disponível apenas no Verdi Ópera Clube (tel. 289-6429), há também a raridade de Beniamino Gigli interpretando uma ária do "Guarani" e outra de "Lo Schiavo", do mesmo Carlos Gomes. (João Batista Natali)

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