São Paulo, quinta-feira, 31 de março de 1994 |
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Plano compromete recursos da safra
GUSTAVO PATÚ
Por isso, o Ministério da Agricultura e o Banco do Brasil não sabem qual é a verba disponível para as operações de EGF e AGF (Empréstimos e Aquisições do Governo Federal). A última previsão de recursos -US$ 650 milhões- é considerada modesta e está sujeita a cortes. Garantido mesmo, só o financiamento de comercialização para quem já financiou o custeio, em 93, pelo Banco do Brasil. Os empréstimos para custeio, no valor de US$ 3,5 bilhões, foram feitos de forma "acoplada" -como se diz no jargão técnico- à concessão do EGF-COV (com opção de venda ao governo). O agricultor que custeou a safra com recurso próprio ou em cooperativa está sujeito à disponibilidade da agência bancária. "Tudo está na dependência da Fazenda e do programa econômico", disse o presidente do BB, Alcir Calliari, ao explicar o problema na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. Calliari ouviu queixas de deputados ruralistas e reconheceu que há descaso com o setor. Ele e o ministro da Agricultura, Synval Guazelli, têm reclamado dentro do governo do atraso na definição dos recursos para a comercialização da safra. Até o momento, apenas CR$ 2 bilhões foram liberados para o financiamento da comercialização, contra uma previsão inicial superior a CR$ 25 bilhões. O BB está liberando o dinheiro que capta com a poupança verde, para ser ressarcido depois pelo Tesouro. É que o banco paga 6% de juros anuais pelo dinheiro, e o empresta a juros de 6,5% a 12,5% para produtores rurais, o que não cobre seus gastos operacionais. Texto Anterior: Comércio faz desconto para agricultor que antecipa as compras de insumos Próximo Texto: Safra recupera venda de máquinas Índice |
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