São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994 |
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Secretário questiona operação
DA SUCURSAL DO RIO O recém-empossado secretário de Polícia Civil, Jorge Mário Gomes, 52, disse que a denúncia de que ele e outros delegados da cúpula da polícia receberiam suborno de bicheiros visa desestabilizar politicamente a instituição policial.O delegado negou a acusação e classificou de "policialesca" e "prematura" a atitude da Procuradoria Geral de Justiça de assumir sozinha as investigações, dispensando o trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli e optandopelo Núcleo de Criminalística da Polícia Militar. "A polícia é idônea para prender o genro do Castor e 149 contraventores em Campos. Será que não tem idoneidade para investigar este caso?", indagou Gomes, irritado com os promotores que invadiram o escritório do bicheiro. Ele pretende investigar a possibilidade de outras pessoas estarem recebendo propinas em nome dos delegados apontados. "Cheguei a secretário por ter prendido policiais corruptos e devolvido à família de sequestrados resgates de US$ 200 milhões. Veja se eu iria me vender por CR$ 200 mil." O ex-superintendente da Polícia Federal no Rio Edson de Oliveira disse acreditar que seu nome tenha sido "plantado" na lista. Ele negou qualquer envolvimento com o jogo do bicho. Oliveira deixou o cargo anteontem para concorrer a deputado federal pelo PSDB. Disse que pode haver um movimento do crime organizado para tentar desestabilizar sua candidatura. Para ele, a inclusão de seu nome pode ser uma retaliação da contravenção em função de investigações que estão sendo feitas pela superintendência para apurar a ligação do bicho com o tráfico de drogas. A lista não indica se o valor pago seria em dólar ou cruzeiro real. Junto a seu nome aparece a cifra de 200 mil, relacionada a outubro e novembro de 93. Oliveira, à época também chefe da Interpol no Brasil, disse que nestes meses não estava no país, e sim no exterior à caça do empresário PC Farias. Ele confirmou que seu nome estava numa agenda do empresário. "Aparentemente ele acompanhava a evolução de autoridades que pudessem, eventualmente, trazer a ele algum prejuízo." (Roni Lima e João Batista de Abreu) Texto Anterior: Citados negam as acusações Próximo Texto: Procurador-geral critica Polícia Civil Índice |
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