São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994
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Metal Leve tem prejuízo pelo 3º ano consecutivo desde os anos 70

FILOMENA SAYÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Metal Leve tem prejuízo pelo 3.º ano consecutivo desde os anos 70
Pelo terceiro ano consecutivo a Metal Leve teve prejuízo. Segundo Celso Lafer, 52, presidente do Conselho de Administração, e José Mindlin, 79, integrante do conselho, as perdas de 1993 somaram US$ 28,5 milhões –US$ 15,2 milhões a mais que em 92. As vendas no ano passado foram de US$ 260 milhões, enquanto que em 92, de US$ 214 milhões. Em 91 a empresa também amargou prejuízo da ordem de US$ 21 milhões, o primeiro desde os anos 70, quando se tornou empresa de capital aberto.
A metalúrgica espera que este ano consiga lucrar, depois de baixar seus custos. Os principais produtos da empresa são pistões e bronzinas (peças de automóveis). A Metal Leve tem uma subsidiária no setor de metalurgia do pó e duas fábricas de pistões nos EUA. Atualmente tem 4.515 funcionários. Seu endividamento é de 19,9% sobre o patrimônio líquido, de US$ 133 milhões –considerado baixo.
Segundo Lafer, foram vários os fatores que contribuíram para um desempenho insatisfatório. Além de o país ter aberto a economia e a competitividade ter se acirrado, a indústria de automóveis começou a pressionar por melhores preços.
O mercado de reposição de peças –abatido pela falta de poder aquisitivo dos proprietários de veículos– prejudicou as vendas para esse segmento, que, historicamente, chegava a representar 40% do faturamento (igual porcentagem de vendas para a indústria automotiva). "Foi um ano atípico", disse Mindlin, que deixou a presidência da empresa e do conselho no final do ano passado. Ele não revela a queda dessas vendas por questões estratégicas.
Na busca de baixar os custos, a empresa demitiu 1.000 funcionários. Essa medida reduziu 14% as despesas administrativas. De US$ 60 milhões em 92 baixaram para US$ 50 milhões em 93.
Apesar dos resultados, a Metal Leve investiu US$ 26 milhões em todos os setores. Empregou US$ 5,4 milhões no seu Centro de Capacitação Tecnológica, que faz pesquisas e desenvolvimento de peças e projetos; obteve 16 patentes e pediu mais quatro no Brasil, três nos EUA e 48 na Europa.
Ganhou um pouco nas exportações, que atingiram US$ 56,4 milhões –em 92 somaram US$ 52,9 milhões. O faturamento nos EUA também cresceu: passou de US$ 20 milhões para US$ 28,5 milhões. (Filomena Sayão)

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