São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994 |
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Novos californianos estão chegando
JORGE CARRARA
Mendocino é a área vinícola mais setentrional da Califórnia. O clima por lá –com exceção de alguns bolsões como Anderson Valley– favorece a produção de tintos, como os Cabernets e Zinfandels, da Fetzer, ou os Syrah, de Kendall-Jackson. Na McDowell –que possui vinhedos no McDowell Valley no canto sudeste de Mendocino– as coisas não são muito diferentes. Os tintos são os que têm ocupado maior espaço na imprensa, especialmente os Syrah, modelados num estilo robusto pelo winemaker John Buechsenstein. Robustez é o que marca os dois Cabernet Sauvignon que fazem parte do desembarque. O de 81 é um vinho evoluído, com bom bouquet (cassis, frutas secas, couro) que lembra um bordeaux maduro –e um pouco adstringente. Mais jovem e tânico, o de 90 (75% Cabernet Sauvignon, 20% Cabernet Franc, 5% Merlot) pende mais para a fruta discreta combinada com caramelo, cedro e leve mentol. Sem exibir o vigor dos Cabernet da McDowell, os Fleur de Carneros (Pinot Noir 91 e Chardonnay 92) mostram, em contrapartida, o caráter que as cepas da região francesa de Bourgons podem desenvolver na Califórnia. Aliás, o enólogo que assina estes vinhos, Francis Mahoney, foi um dos primeiros a introduzir estas variedades na região de Carneros, hoje berço de alguns dos melhores Pinot Noirs e Chardonnays do país. O Fleur branco tem aroma e sabor de maçã e frutas tropicais, bem temperado com carvalho (cravo, baunilha, especiaria) presente também no seu final. Já o Pinot Noir mostra um aroma frutado combinado com uma boa pitada de madeira. Ele impressiona bem tanto pelo conteúdo de fruta e sabor "a la borgonha", quanto pelo preço, sendo uma excelente alternativa para as cartas de restaurantes. Texto Anterior: Vitelo; Scotch Próximo Texto: Concurso 1; 2; Sicília Índice |
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