São Paulo, sexta-feira, 1 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Liga Norte rejeita Berlusconi como premiê

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Liga Norte, que integra a frente política vencedora das eleições parlamentaristas da Itália, reivindicou para si a indicação do futuro primeiro-ministro.
O anúncio surpreendeu o empresário da mídia e líder da frente Força Itália, Silvio Berlusconi, que se autoploclamara candidato "natural" ao cargo.
Berlusconi deve discutir o assunto hoje com Umberto Bossi, líder da Liga Norte. Ele apóia a indicação de Roberto Maroni, líder da Liga na Câmara.
A eleição de Berlusconi criou uma onda de especulações sobre os homens que comporiam o próximo governo da Itália.
Especialistas em política previam um gabinete de celebridades do mundo da mídia. "É o bingo ministerial", declarou o jornal italiano "La Repubblica".
Vários jornais propuseram o cineasta Franco Zeffirelli para ser o próximo ministro da Cultura. O diretor de "Romeu e Julieta" e "Irmão Sol, Irmã Lua", entre outros filmes, foi eleito para o Senado pela aliança liderada por Berlusconi.
Ontem, a Força Itália atacou o atual governo de Carlo Ciampi e pediu para que ele evite tomar decisões importantes, a longo prazo.
Anteontem, membros pró e anti-Berlusconi do gabinete de Ciampi decidiram negar a participação da Fininvest, uma de suas empresas, em uma franquia de telefonia celular.
Uma onda de euforia atingiu a Bolsa de Valores de Milão ontem, por causa das especulações em torno do novo governo liderado por Berlusconi.
O índice Mibtel fechou com alta de 4,3%. O pregão foi estendido por 30 minutos em função do nível recorde de movimento.
Depois de concluída a apuração dos votos das eleições parlamentares, os números mostraram um recorde de 665 novatos entre os 945 deputados e senadores –70,4% do Parlamento. Apenas 280 membros da nova Câmara dos Deputados e do Senado vão estar voltando para seus lugares quando forem iniciados os trabalhos, em 15 de abril.
A renovação geral do Parlamento é consequência do escândalo de corrupção que surgiu há dois anos e que derrubou a facção democrata cristã que dominava a Itália e os parceiros dela no governo.
Apesar da aparente rejeição aos políticos corruptos, o mais potente símbolo entre eles, Giulio Andreotti, garantiu sua cadeira no Parlamento, por ter mandato vitalício no Senado.
Andreotti foi primeiro-ministro sete vezes e o político mais poderoso da Itália depois da Segunda Guerra. Foi acusado de proteger a Máfia por várias décadas.

Texto Anterior: África do Sul decreta emergência em Natal
Próximo Texto: Cingapura recusa apelo e mantém chibata
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.