São Paulo, segunda-feira, 4 de abril de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
TAD
JOSÉ NORBERTO FLESCH
* Folha - Você acha que o TAD não aparece mais com tanta frequência na mídia porque é de Seattle? Falar do som da cidade está ultrapassado. Essa origem não seria prejudicial a vocês e outras bandas? Tad Doyle - De forma alguma. Sempre vai haver bons grupos em Seattle. Não posso falar pelos outros, mas pessoalmente não faço música para determinadas pessoas. Faço o que me agrada e espero que o público goste. Também não concordo quando se diz que Seattle foi uma coisa passageira, uma onda. Estão aí o Pearl Jam e o Soundgarden para provar o contrário. Veja nosso caso, por exemplo. Estamos na estrada há um ano. No momento, abrimos os shows do Soundgarden na Europa. Sei que quando voltarmos a Seattle, novas bandas estarão se destacando. O metal sempre marcou aquela cidade de alguma forma. Folha - E sempre à sombra da música de Black Sabbath e Jimi Hendrix, concorda? Tad - Sim, mas também AC/DC, Sly Stone, Lynyrd Skynyrd, Funkadelic. Folha - O que mudou no fato de o TAD passar de um selo pequeno (Sub Pop) para uma grande gravadora (Giant)? Tad - Há mais dinheiro e gente envolvida e agora tocamos no rádio, mas ainda somos considerados uma banda nova. Folha - Como aconteceu sua participação no filme "Vida de Solteiro"? Tad - É uma longa história. O final é que Nancy Wilson (cantora do Heart) me indicou à produção. Minha participação é pequena, mas tive que fazer um teste. Gostaria que me convidassem mais vezes. Tad - Há uns dois anos, falou-se em uma turnê do TAD no Brasil. Havia algo de concreto nisso? Tad - Sei que um promotor estava interessado. Aí ficamos sem baterista durante um bom tempo, e as negociações não aconteceram. Esse também foi um dos motivos que nos deixou um pouco fora da mídia. Perdemos muito tempo procurando um baterista. Folha - Ninguém no Brasil fez alguma proposta, depois disto? Tad - Não, é uma pena. Agora seria ótimo tocar aí. Gostaria de checar as mulheres, a bebida e a comida do país. Algumas bandas que conheço já me falaram a respeito. Acho que uma boa idéia seria tocar abrindo para o Faith No More ou o Sepultura. Folha - Pelo jeito, você, pelo menos, segue o slogan "sexo, drogas e rock'n'roll"... Tad - Por falar nisso, vou tomar uma garrafa de Jack Daniel's assim que acabarmos de conversar (Tad comenta com alguém próximo que não disse uma piada). Folha - Tudo bem, então não vou demorar. Só me diga se alguma vez pensou em transformar o nome TAD em alguma sigla ou se sempre fez questão de deixar claro que você era o líder. Tad - O que aconteceu foi que comecei sozinho, cantando e tocando guitarra, em 1988. Eu era o Tad, entende? Quando consegui músicas para me acompanhar, já era tarde para colocar um nome. O que mudou foi que o Tad virou TAD. Texto Anterior: Galeria da Consolação expõe graffitis Próximo Texto: Selo relança material esquecido do rock brasileiro dos anos 80 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |