São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Perueiro da Escola Base depõe e nega abuso

DA REPORTAGEM LOCAL

O motorista de perua escolar Maurício Monteiro Alvarenga, 31, acusado de molestar sexualmente alunos da Escola de Educação Infantil Base, em São Paulo, compareceu ontem pela primeira vez à polícia para prestar depoimento. Ele negou as acusações.
O perueiro foi acareado com o norte-americano Richard Harrod Pedicini –preso na segunda-feira por fotografar meninos nus– e com a empregada de Harrod, Maria Luiza Ada Silva, 30.
A acareação foi providenciada para confirmar se havia conhecimento anterior entre o perueiro –acusado de transportar crianças da escola para um local em que ocorreriam orgias– e o norte-americano –morador de uma casa suspeita de ser usada com este fim.
"Sem receio de errar, digo que não há conhecimento entre o americano e Maurício", disse o delegado Gerson Carvalho, após a acareação.
O menino F.J.T.C, 4, e a menina C.C., 4, estiveram anteontem na casa do norte-americano, local que, segundo denúncia anônima, seria usado em supostas orgias envolvendo os alunos da escola Base.
A visita não pôde ser acompanhada pela imprensa. O advogado Arthur Troppmair, contratado pelas famílias das crianças, havia dito anteontem que as crianças reconheceram o local. F.J.T.C teria indicado o banheiro a um dos delegados que acompanhou a visita.
C.C. teria posto as mãos sobre o rosto e teria dito não querer entrar no quarto da "abelhinha". Os policiais encontraram um móbile com abelhas em um dos quartos.
O delegado Gerson Carvalho não quis comentar a visita das crianças e disse considerar "difícil" que as crianças tenham sido levadas para a casa do norte-americano, que fica a 1.300 metros da escola Base, na Aclimação.
"Por ora estou convencido de que não há vinculação entre os dois casos", afirmou Carvalho.
O norte-americano Richard Pedicini foi preso na segunda-feira sob acusação de corrupção de menores e com base no Estatuto da Criança e do Adolescente.
A polícia encontrou na casa de Pedicini mais de cem fotos de crianças, adolescentes e adultos nus. O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe fotos de crianças e adolescentes com conteúdo sexual explícito ou pornográfico.

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