São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Sarneyzistas ameaçam se opor a FHC

GILBERTO DIMENSTEIN; TALES FARIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Através de sua filha, deputada Roseana Sarney, candidata pelo PFL ao governo do Maranhão, o senador José Sarney (PMDB-AP) já ameaça apoiar o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, na disputa à Presidência. Segundo o DataFolha, o senador tem, hoje, 12% na preferência do eleitorado.
Numa conversa com a Folha, Sarney chegou a dizer que não sofria de "Lulofobia" e não veria problemas em apoiar o candidato do PT. Essa conversa foi antes de se lançar à Presidência.
Procurada pela Folha, Roseana disse: "Deixo de apoiar o Fernando Henrique e passo a fazer campanha para o Lula no Maranhão. Mesmo que o PT não queira."
A ameaça é resultado das especulações, em Brasília, de que o PPR poderia se coligar com o PSDB, de Fernando Henrique Cardoso. O PPR está lançando para candidato ao governo do Maranhão, Epitácio Cafeteira, o maior inimigo da família Sarney.
Sarney disputa, agora, a indicação do PMDB à Presidência. Mas, em caso de derrota, sua prioridade é a eleição da filha para o governo do Maranhão, o que, inicialmente, faz com que ele acene pelos bastidores a Fernando Henrique.
O presidente Itamar Franco pediu a FHC para "evitar" que o PPR participe da coligação em torno de sua candidatura. O pedido de Itamar foi motivado por um encontro, anteontem, com Roseana.
Roseana disse a Itamar que, se o PSDB incluir o PPR na aliança que está montando com o PFL e o PTB, ela não pretende apoiar a candidatura de FHC.
Em entrevista à Folha, o senador Espridião Amin mostrou-se disposto a disputar a Presidência, mas a decisão, afirmou, ainda não está "fechada". Revelou que, por enquanto, está avaliando, já que teria de desistir da disputa ao governo de Santa Catarina.
Amin já convidou o deputado Delfim Netto (PPR-SP) a se candidatar ao governo de São Paulo, dando base a sua candidatura no principal colégio eleitoral do país. Delfim não aceitou.
O senador então decidiu nomear o deputado coordenador de sua campanha. Na avaliação de Delfim, Esperidião tem condições de chegar em terceiro lugar no primeiro turno, o que obrigaria ao PSDB a procurar uma aliança no segundo turno.

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