São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Juízes podem ser investigados

DA SUCURSAL DO RIO

O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio –formado por 26 desembargadores– analisa na próxima segunda-feira a situação dos quatro juízes suspeitos de receber dinheiro do jogo do bicho.
A tendência é de que sejam abertas sindicâncias para apurar as acusações. Os nomes dos quatro juízes estavam nas listas apreendidas em escritórios do bicheiro Castor de Andrade.
Os quatro juízes são César Augusto Leite, Renato Simoni, Liborni Siqueira e Franklin Belfort de Oliveira Neto.
A decisão de levar o caso ao Órgão Especial foi do presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Antônio Carlos Amorim.
Caso sejam abertas sindicâncias, os juízes serão notificados pelo relator escolhido pelo Órgão Especial e terão quinze dias para apresentar suas defesas prévias.
Acusações
César Augusto Leite, um dos juízes citados na lista, viajou duas vezes aos Estados Unidos em vôos em que também estavam banqueiros do jogo do bicho.
Renato Simoni foi juiz criminal do fórum de Bangu, na zona oeste do Rio, onde estão concentrados os pontos de Castor de Andrade.
Em 1989, ele foi citado em documento de promotores que atuavam no fórum de Bangu, como um dos juízes responsáveis pelo desaparecimento de armas que haviam sido requisitadas à polícia civil.
Liborni Siqueira, juiz da 2.ª Vara de Menores, aparece na lista como tendo recebido dinheiro para uma entidade de assistência a menores.
O quarto juiz, Franklin Belfort Neto, titular da 21.ª Vara Criminal, foi responsável, em 91, pela condenação de 53 pessoas em processo relacionado ao videopôquer.
Entre os condenados estavam os bicheiros Castor de Andrade, Waldemir Garcia, o "Miro" e José Escafura, o "Piruinha".
Na ocasião, Belfort Neto não chegou a expedir mandados de prisão sob a justificativa de que os réus eram primários (não haviam sido condenados em definitivo em nenhum processo anterior).

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