São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Maia e Nilo firmam 'pacto'

DO ENVIADO ESPECIAL

O prefeito César Maia (PMDB-RJ) e o governador do Rio, Nilo Batista (PDT), inimigos políticos desde 1990, firmaram um pacto de solidariedade para enfrentar as acusações de que fazem parte da "lista do bicho".
Os dois tiveram os seus nomes divulgados pela Procuradoria da Justiça do Rio como favorecidos pelos recursos do bicheiro Castor de Andrade.
Maia, rompido com Batista desde que deixou o PDT, há quatro anos, começou ontem a fazer a defesa pública do nome do governador. Disse que não acreditava na hipótese de Batista ter "mexido" com dinheiro do bicho.
O prefeito conta agora também com a solidariedade do governador. Por intermédio de assessores, Nilo Batista enviou sinais a Maia de que está disposto a lutar junto com ele contra a fragilidade das supostas provas obtidas pela Procuradoria da Justiça do Rio.
"Hoje (ontem), a Folha informa não estar meu nome citado em nenhum livro-caixa, mas em páginas soltas datilografadas e redatilografadas", disse Maia, em nota distribuída pela Prefeitura do Rio.
Essa situação –ter o seu nome citado apenas em páginas soltas recolhidas no escritório do bicheiro Castor– é a mesma do governador Nilo Batista. Essa coincidência, que une os dois políticos na lista do bicho, ajudou a gerar o pacto que o prefeito e o governador iniciaram.
César Maia recomendou aos seus advogados que pedissem à Procuradoria de Justiça uma cópia da lista na qual é citado.
Na nota que divulgou ontem, Maia tenta desvincular o seu nome de Sérgio Luis Felippe, assessor da Prefeitura do Rio que seria dono de um dos telefones de escritórios de Castor de Andrade.
A prefeitura informou que Felippe foi nomeado anteontem para a assessoria do gabinete de Maia, a pedido do vereador Jorge Felippe (PDT). O prefeito, segundo a assessoria, vai pedir esclarecimentos ao vereador sobre o caso.

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