São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994 |
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Procuradores se revoltam com atraso de Biscaia XICO SÁ XICO SÁ; EDNA DANTAS
Os procuradores do Ministério Público Federal (MPF), no Rio, estão irritados com o procurador-geral de Justiça do Estado, Antonio Carlos Biscaia. Há sete dias, os procuradores aguardam os documentos da lista do bicho que solicitaram oficialmente a Biscaia. A revolta é tanta, entre alguns procuradores, que a demora começou a ser classificada ontem como um ato de prevaricação. Prevaricar é crime definido pelo Código Penal. Significa o ato de retardar ou deixar de obedecer exigência da lei para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. A demora na entrega dos documentos, segundo os procuradores, está impedindo o início das investigações sobre possível envolvimento de bicheiros com narcotráfico, contrabando e corrupção de deputados e senadores. A apuração destes crimes é de responsabilidade do MPF e não da Procuradoria do Rio –a quem cabe investigar crimes envolvendo funcionários públicos estaduais. Em encontro que tiveram anteontem com o procurador-geral da República, Aristides Junqueira, no Rio, os procuradores relataram a insatisfação com o atraso. Um dos procuradores ouvidos pela Folha acha que Biscaia não repassa os documentos para manter as atenções voltadas para a Procuradoria. O MPF avalia que a entrega dos documentos reduziria a importância de Biscaia no caso. Caso tivessem recebido o material, os procuradores alegam que teriam adiantado as apurações sobre o suposto envolvimento dos bicheiros com o tráfico de drogas. Isso seria possível, segundo eles, pois o MPF já trabalha em um inquérito sobre narcotráfico. Os documentos poderiam reforçar as apurações já feitas. Biscaia alega que não entregou os documentos porque necessita de mais tempo para avaliar melhor o conteúdo da lista, do livro-caixa e dos disquetes apreendidos. Texto Anterior: Maia e Nilo firmam 'pacto' Próximo Texto: Biscaia se recusa a fazer perícia na lista Índice |
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