São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Consultoria faz teste e avalia expectativas

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

A consultoria Macrométrica, do economista Francisco Lopes, considera que o sucesso do Plano FHC depende de três variáveis: a primeira inflação em real; as regras de emissão da nova moeda; e a manutenção do esforço do governo para controlar suas contas.
Com base nisso, a consultoria propôs aos leitores do seu boletim "Macrométrica Negócios" um teste para avaliar as expectativas em relação ao plano.
São três perguntas (veja no quadro). A avaliação das respostas é a seguinte:
Primeira questão - se você respondeu menos de 3%, para a primeira inflação do real, tem expectativa otimista em relação ao Plano FHC. Mas mesmo quem espera algo entre 3% e 6% também se enquadra na expectativa positiva.
Como lembra a Macrométrica, a inflação do primeiro mês após a dolarização na Argentina foi de 5,5%; caiu para 2,8% no seguinte.
Expectativa acima de 6% já cai na classificação de negativa. E se você acha que será acima de 9%, então pensa que o plano já era.
Segunda questão - quem respondeu sim, diz o boletim da Macrométrica, está apostando que o plano terá uma pesada âncora monetária, as regras de criação do real.
Entre esses regras, podem estar a exigência de lastro para a nova moeda e a criação de um conselho especial no Banco Central, encarregado de controlar a emissão de moeda e cujos membros teriam mandato fixo e autonomia em relação ao governo.
Terceira questão - quem respondeu sim, acredita que Ricupero será capaz de comandar o equilíbrio das contas públicas, garantindo assim condição essencial para o êxito do plano de estabilização.
Quem respondeu não, espera que mais uma vez o governo vai gastar além da conta.
Em resumo: quem respondeu "inflação até 6% no primeiro mes do real", sim e sim, é um brasileiro muito otimista.
Quem respondeu "inflação até 6%", não e sim, é mais realista, mas ainda com expectativa positiva.
Quem respondeu "inflação até 6%", não e não, acha que o plano começa funcionando - até ajudando a eleição do senador Fernando Henrique Cardoso - mas depois fracassa.
Quem acha que a inflação ficará entre 6% e 9%, está entre os desconfiados. Quem espera mais de 9%, é pessimista total, não importando mais as respostas às outras questões.

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