São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994
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Preço do café recua 1,49% em Londres

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado do café não sustentou o preço obtido na terça-feira –o maior em cinco anos. A cotação do tipo robusta (vendido pelo Brasil) baixou 1,49%, de US$ 1.540 para US$ 1.517 por tonelada na Bolsa de Londres.
A tendência, porém, é manter a alta, disse Jair Coser, presidente da Federação Brasileira dos Exportadores de Café (Febec).
Os aumentos refletem a queda da produção mundial e o acordo de retenção firmado no ano passado pelos países produtores, disse.
O consumo mundial de café hoje é de 94 milhões de sacas de 60 kg. A produção está abaixo de 90 milhões de sacas, calcula Coser. Há quatro anos, o mundo produzia em torno de 105 milhões de sacas.
O Brasil enfrenta déficit de pelo menos 5 milhões de sacas na atual safra. A Febec espera colheita de 23 milhões de sacas. O consumo interno é estimado em 28 milhões.
A diferença deve sair dos estoques do governo. São, oficialmente, 17 milhões de sacas. Só que ninguém sabe em que estado se encontra o produto.
É café de safras diferentes. A maior parte colhida há mais de cinco anos. O mercado suspeita que pelo menos metade está estragada.
A Febec estima as exportações deste ano em 16,5 milhões de sacas. Em 1992 foram 18,9 milhões de sacas. Em 1993, 18 milhões.
A venda de café no exterior deve render este ano US$ 1,5 bilhão, contra cerca de US$ 1 bilhão em 1993 e US$ 980 milhões em 1992.
Em março, a saca do café brasileiro foi exportada em média a US$ 82,45, a maior cotação em quatro anos.
Laranja
A quebra esperada na safra de laranja da Flórida (EUA) não deve resultar em melhora de preços para o produtor brasileiro, disse Ademerval Garcia, presidente da Abecitrus (que reúne exportadores).
Os laranjais da Flórida vêm sendo atacados por um inseto desconhecido. A perda deve chegar a 6% ou 7% na próxima safra. A que esta sendo colhida permanece sem problemas.
Segundo o Departamento de Agricultura, este ano os EUA vão produzir 10,2 milhões de toneladas de laranja, 6% menos que em 93.
Pelos cálculos da Abecitrus, o Brasil deve exportar este ano cerca de 900 mil toneladas de suco concentrado e obter com isso US$ 1 bilhão. Em 1993, o país vendeu US$ 826,2 milhões em suco.
Ontem o suco caiu 0,19% ontem na Bolsa de Nova York. Foi cotado a US$ 1,0335 por bushel (36,369 litros).
Segundo Edson Mendes, agrônomo da cooperativa Coopercitrus, indústrias da região de São José do Rio Preto estão pagando entre US$ 2,50 e US$ 2,65 pela caixa de 40,8 kg de laranja.
O preço mínimo fixado em acordo no ano passado é de US$ 1,30. O custo de produção está hoje entre US$ 1,70 e US$ 1,90.
Os produtores de laranja da região de Campinas acreditam que a quebra na safra da Flórida deve provocar um aumento de 10% a 15% no preço da caixa este ano e percentual ainda maior em 1995.
Colaboraram Folha Norte e Folha Sudeste

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