São Paulo, quinta-feira, 14 de abril de 1994 |
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Passageiros pisaram em criança para fugir
BRADLEY BURSTON
"Foi inacreditável, o ônibus estava cheio de criancinhas", disse Shosh Yarmulovsky, chorando. "Havia uma menininho deitado no chão e tivemos que pisar nele, senão não conseguiríamos sair do ônibus", ela contou. Segundo testemunhas, a explosão cortou várias pessoas em pedaços. Policiais vestindo aventais plásticos passaram quatro horas recolhendo os pedaços de corpos e colocando-os em sacos. "Foi uma cena chocante", disse Avi Tsafon, que subiu no ônibus minutos após o atentado para resgatar sobreviventes. "Os corpos estavam despedaçados. Havia uma mão jogada nos degraus." Pedaços de carne humana estavam pendurados do teto do ônibus, cravado de pregos. Técnicos da polícia examinavam o cadáver do terrorista, deitado ao lado do ônibus, checando para ver se tinha mais explosivos. Uma multidão se reuniu na estação depois do atentado, gritando "Morte aos árabes". "Houve um clarão repentino e chamas dentro do ônibus, na frente da porta traseira. As pessoas gritavam. Um soldado arrebentou a porta com a coronha da arma e as pessoas saíram tropeçando, em estado de choque", disse o comerciante Yoram Hadad. Segundo Hadad, muitos dos passageiros eram soldados. Cerca de meia hora depois do atentado uma segunda bomba explodiu ao lado do ônibus. "Podia ter sido bem pior. Tínhamos acabado de retirar os feridos quando a segunda bomba explodiu", disse Tsafon, da equipe de resgate. Tradução de Clara Allain Texto Anterior: Hamas mata mais seis em Israel Próximo Texto: País vivia "dia da lembrança" Índice |
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