São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994 |
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Bispos querem maior controle da natalidade
DA REPORTAGEM LOCAL Bispos queremmaior controleda natalidadePesquisa do Datafolha junto a 133 bispos brasileiros constatou que 50% deles é favorável a que o governo adote programas de controle da natalidade. Outros 37% são contra, 12% deram outras respostas e 1% não tem posição. Entre os pontos considerados prioritários para um programa de governo aos candidatos à Presidência da República, o mais lembrado foi o investimento em educação (56%). Logo depois vêm a preocupação com os problemas na área da Saúde (46%), o combate à corrupção (32%) e a defesa da reforma agrária (31%). O combate à inflação e ao desemprego também figuram entre as prioridades apontadas pelos bispos católicos. O combate à fome, que mobiliza parte da sociedade civil atualmente, curiosamente não está entre as principais preocupações dos bispos ouvidos pelo Datafolha. Apenas 5% citam o problema. A maioria absoluta dos bispos consultados (62%) é favorável a que o governo controle a programação das emissoras de TV. Apenas 23% manifestaram-se contrários à idéia. A Igreja Católica reivindica concessões para criar uma rede própria de TV. Para 52% dos bispos ouvidos, na hora de escolher o candidato o eleitor deve incluir entre as razões do voto a opção religiosa do candidato. Para outros 40%, isso não é importante. Já a vida pessoal do candidato deve ser levada em conta pelo eleitor para 97% dos consultados. A pesquisa revelou também que os bispos continuam considerando o aborto como uma questão de peso decisivo. Para 95% deles, a opinião do candidato sobre o tema deve influenciar o voto. A participação ou não da Igreja em campanhas políticas também foi abordada pela pesquisa do Datafolha. Apesar do conhecido engajamento de setores religiosos em disputas eleitorais, 92% dos bispos declararam-se contra o apoio da Igreja a algum candidato. A imensa maioria (71%) não disse em quem votará para a Presidência. Entre os que declararam a opção, Fernando Henrique Cardoso ficou com 8%. Lula vem atrás, com 5%. O petista tem 6% no quesito candidato que mais corresponde às expectativas da Igreja. FHC tem aí 5%. Na hora da definição partidária, também é maioria absoluta (80%) os que se declaram sem simpatia por algum partido. PT (11%) e PSDB (8%) têm simpatizantes entre os bispos. Texto Anterior: Covas admite aliança com o PFL em SP Próximo Texto: Petistas e 'fernandistas' se enfrentam Índice |
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