São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
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Acordo tem destaque no 'Times'

FERNANDO CANZIAN

O fechamento do acordo com os bancos credores transformou o Brasil em uma das maiores promessas econômicas da América Latina.
Declarações de banqueiros envolvidos nas negociações que terminaram na sexta-feira em Nova York sustentam que o país tem agora as mesmas condições, no cenário externo, que Argentina e México para atrair investimentos e colocar a economia nos eixos.
O assunto ganhou destaque na primeira página do "The New York Times". O jornal afirma que o acordo coloca um ponto final na crise da dívida iniciada em 1982 e "é crucial para o país concluir a liberalização da economia, atrair investimentos e estabilizar os preços".
O "Times" afirma que o acordo traz benefícios para os bancos credores, que poderão computar os débitos em sua contabilidade. Antes do acordo, os bancos haviam feito provisões para o caso de não-pagamento.
Outros jornais, como o "The Washington Post", não noticiaram o assunto e as emissoras de televisão deram chamadas pequenas sobre o acordo.
O presidente do Comitê Assessor dos Bancos Credores e vice-presidente do Citibank (credor de US$ 2,5 bilhões), William Rhodes, afirmou que o acordo abre as portas do país para o capital estrangeiro e fecha o capítulo da crise internacional da dívida.
Essa crise começou em 1982, quando o governo do México (o segundo maior devedor do mundo, com dívidas de US$ 113,4 bilhões) anunciou que não iria mais pagar seus débitos externos.
A Argentina (o terceiro maior devedor, com US$ 67,6 bilhões) e o Brasil (maior devedor com US$ 121,1 bilhões) também interromperam os pagamentos mais tarde.
A solução a longo prazo para o problema foi baseada em um plano de reestruturação da dívida foi criado pelo ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Nicholas Brady.
México e Argentina, e agora o Brasil, trocaram suas dívidas por bônus do Plano Brady. Na prática, os bônus diminuíram o valor dos débitos e aumentaram o prazo para os pagamentos.

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