São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
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Empresas dos EUA obrigam seus principais executivos a ter ações

DANIEL HOWESDO "USA TODAY"

Empresas dos EUA obrigam seusprincipais executivos a ter ações
Quem disser que os salários de executivos estão sempre em ascensão não conhece Alfred Piergallini, presidente-executivo da Gerber Products, fabricante de alimentos infantis.
Em 92, sua remuneração anual foi de US$ 1 milhão, entre salário, bônus e outros benefícios. No ano passado, ele recebeu US$ 671 mil –ou seja, 35% menos.
"Tivemos prejuízos, que derrubaram meu bônus anual e causaram um efeito ainda pior sobre nossos acionistas, porque o preço das ações caiu", diz. "Sofri uma penalidade por isso, com razão."
No conceito do pagamento por desempenho, os executivos são responsabilizados por seus erros e pelo desempenho da empresa. Os bônus, que representam até 200% do salário-base, são cortados se as metas não forem alcançadas.
Mas os executivos são recompensados por seus sucessos. A Chrysler Corporation estima que 88% dos US$ 9,3 milhões recebidos por seu presidente-executivo, Robert Eaton, se devem ao desempenho satisfatório da empresa.
ssssA obrigação dos executivos principais de comprarem cotas de ações da empresa também se tornou uma estratégia para evitar que se descuidem dos negócios.
Desde 91, a Gerber obriga seu presidente-executivo a comprar ações da empresa no valor mínimo de dez vezes seu salário-base anual –o equivalente a US$ 5 milhões em ações. Piergallini, portanto, recebeu outra penalidade, além da redução em seu bônus anual.
Há diretores, entretanto, que estão sendo compensados com as cotas de ações, às quais terão efetivo direito (exercício de opção) somente depois de alguns anos.
Entre os que puderam exercer suas opções de ações em 93, alguns tiveram ganhos. Um exemplo são os cinco principais executivos da Whirlpool Corporation, que receberam quase US$ 9 milhões.
"Estas empresas procuram fazer com que sua diretoria siga os interesses dos acionistas", diz Steven Hall, diretor da consultoria Pearl Meyer and Partners.
Com a adoção da remuneração por desempenho, muitos pagamentos de bônus passaram de US$ 500 mil para zero no ano seguinte.
Na General Motors, que entrou na década de 90 com quase US$ 18 bilhões de perdas em suas operações norte-americanas, os bônus foram suspensos. Em 93, as perdas foram de US$ 981,9 milhões.
Por recomendação do presidente da General Motors, Jack Smith, e de sua equipe, os bônus não foram pagos. Ele mesmo, no entanto, engordou em 37,5% seu salário-base.

Tradução de Clara Allain

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