São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
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Perdizes pode ter edifícios preservados

DA REDAÇÃO

Uma das áreas mais valorizadas do bairro Perdizes (zona oeste de São Paulo), na região da rua Monte Alegre, pode ter um conjunto de prédios e fachadas tombados pelo patrimônio histórico.
Um processo de preservação de uma parte da PUC (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) foi aberto pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo) no final de março.
A região do bairro onde se localizam os prédios em processo de preservação é uma das mais valorizadas da cidade.
O preço do m2 de imóveis novos em torno de CR$ 1,098 milhão, na primeira quinzena de março, teve uma variação de 42,6% em menos de um mês.
Perdizes teve valorização do m2 maior do que bairros nobres como Jardins (36,4%) e Vila Mariana (39,4%) em quatro semanas.
Embargo
A abertura do processo impede qualquer obra ou alteração no conjunto sem a aprovação do Condephaat, órgão ligado à Secretaria de Estado da Cultura.
O processo de avaliação do conjunto pode demorar anos. Se aprovado, o conjunto passa a ser protegido legalmente e não pode ser derrubado.
O tombamento foi pedido por Edgar de Assis Carvalho, professor de antropologia da PUC e ex-presidente do Condephaat. Para ele, os prédios e áreas que devem ser preservadas têm importância cultural e histórica.
O estudo inclui fachadas e parte interna do Tuca (Teatro da Universidade Católica), construído em 1968, e do convento (1920 a 1923).
No convento –que abrigou freiras carmelitas de 1923 a 1948–, o processo prevê ainda a preservação das fachadas internas do claustro e o cruzeiro (cruz localizada no centro do pátio).
A capela (1920 a 1923) e a casa paroquial (1969) devem ter tombamento integral. O tombamento da área do "jardim fronteiro" também está sendo estudado.
Segundo o presidente do Condephaat, José Carlos Ribeiro de Almeida, o conjunto tem características de arquitetura neocolonial e guarda parte da história do país.
Para Fábio Rossi Filho, 28, diretor da imobiliária Itaplan, a região tem características excelentes para o mercado imobiliário, como fácil acesso a estradas, ao centro da cidade e infra-estrutura de serviços, que valorizam a área.
Para ele, que estudou administração na PUC, e tem imóveis à venda no bairro, a iniciativa de tombar os prédios é importante. "Sou favorável à preservação pelo que a PUC representa", afirma.
Colaborou Cláudia Ribeiro Mesquita, free-lance para a Folha.

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