São Paulo, domingo, 17 de abril de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Região da Vila Andrade tem boa oferta

Bairro está há quatro meses entre os três primeiros em ofertas de novos, mas velocidade de vendas é baixa

A Vila Andrade (zona sul), região que concentra forte tendência de desenvolvimento imobiliário, é boa em oferta de apartamentos novos, mas ainda não deslanchou em vendas. Há pelo menos quatro meses o bairro está entre os três primeiros colocados em número de apartamentos novos, segundo o Datafolha. Mas a Vila Andrade mantém numeros tímidos na velocidade de vendas (unidades comercializadas a cada cem oferecidas).
Nos últimos seis meses, o bairro teve uma velocidade de vendas média de 3,5%, que pode ser considerada baixa. A velocidade de vendas do mercado em São Paulo em fevereiro –mês considerado fraco– foi de 5,7%.
No mesmo período, Vila Andrade teve índice de 1,5%, o pior do bairro em seis meses. Vendeu apenas 10 dos 656 apartamentos oferecidos, ficando em 16º lugar.
A queda nesse indicador vem ocorrendo desde dezembro, quando o bairro registrou 3,6%, quase dois pontos percentuais a menos que novembro (5,2%).
Novembro foi o melhor mês do período para o bairro. Ficou em primeiro lugar com uma oferta de 822 apartamentos e 43 comercializados e em 7º no ranking de vendas do mês, seu melhor desempenho de setembro a fevereiro.
A expansão da Vila Andrade nos últimos anos foi puxada por dois fatores: preços de terrenos variando entre US$ 150 a US$ 400 o m2 e a qualidade de vida proporcionada pela região, com uma infra-estrutura comercial e de serviços já implantada.
A maioria dos lançamentos é de empreendimentos de três e quatro dormitórios de padrão elevado. A predominância de zoneamento Z2, que permite construir apenas duas vezes a área do terreno, possibilita a implantação de equipamentos como playground, churrasqueiras e quadras poliesportivas.
Para Lúcia de Paula e Souza, 40, diretora comercial da imobiliária Camargo Dias, os imóveis de alto padrão estão saturados no bairro e a tendência é de que os lançamentos na região sejam de dois e três quartos.
Na Ipanema Imóveis, que também opera na região, está previsto o lançamento de unidades ainda menores. "Investimos em apartamentos de um quarto, com área de 36 m2", afirma Jorge Shahini, 36, sócio-gerente da empresa.
Com uma média de US$ 1.000 o m2, preço inferior aos dos bairros de Moema, Vila Mariana e Campo Belo, a Vila Andrade é um atrativo aos investimentos imobiliários.
Segundo João Freire D'Avila Neto, 36, da Amaral D'Avila Engenharia e Avaliações, há 25 anos o bairro do Morumbi era um deserto, só tinha um campo de futebol.
Os altos preços de imóveis em vizinhos como Itaim, Moema e Campo Belo viabilizaram a expansão da Vila Andrade, diz Freire.
"O aspecto elitista também colaborou, pois o local é considerado parte do Morumbi por seus moradores", diz João Freire. Segundo ele, outro atrativo dos empreendimentos foi a quantidade de área livre disponível a preços acessíveis.
Mas apesar das melhorias como o túnel sob o rio Pinheiros e a ligação da avenida Giovanni Gronchi até a marginal de Pinheiros, o bairro ainda apresenta inconvenientes.
O principal deles é o estrangulamento do trânsito na Giovani Gronchi, entre Cidade Jardim e João Dias.

Texto Anterior: Desafio da habitação requer ação conjunta
Próximo Texto: Contrato em URV é ilegal, diz advogado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.