São Paulo, sexta-feira, 29 de abril de 1994 |
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Ataques virão, diz extremista
CLÓVIS ROSSI
Eugene TerreBlanche, líder do neonazista AWB (Movimento de Resistência Africâner, descendentes dos colonizadores holandeses), promoveu ontem cerimônia paramilitar para anunciar: "Estamos preparados para resistir à bandeira vermelha do comunismo, que sabemos que virá atrás de nós". É uma alusão ao fato de que o CNA é aliado ao Partido Comunista Sul-Africano. TerreBlanche convocou jornalistas para uma expedição à casa de Paul Kruger, presidente da República do Transvaal de 1883 a 1902. Foi acompanhado de militantes do AWB, todos em uniforme de comando. A caravana exibiu bandeiras do "Wenkommando", embora pertençam a ele os 32 brancos presos anteontem, sob a suspeita de serem os cérebros do terrorismo. Segundo a polícia, quase todos os 32 presos são integrantes da "Ystergarde" ("Guarda de Ferro"), uma das unidades do AWB. Os terroristas já explodiram quatro carros-bomba desde domingo, matando 21 pessoas e ferindo outras 200. TerreBlanche diz que os atentados vão continuar: "Haverá mais atentados até que a nação africâner tenha suas próprias terras". TerreBlanche previu também guerra civil generalizada: "os zulus jamais aceitarão governo dos xhosas". A cúpula do CNA é majoritariamente xhosa, a terceira maior etnia negra sul-africana. Mandela, provável futuro presidente, é xhosa. Jornalistas negros que acompanharam a caravana tiveram sua entrada barrada na casa de Kruger.(CR) Texto Anterior: Prorrogada a eleição sul-africana Próximo Texto: Novo governo terá brancos e negros Índice |
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