São Paulo, quarta-feira, 4 de maio de 1994
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Comissão da Câmara decide inocentar João de Deus

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado João de Deus Antunes (PPR-RS) foi inocentado ontem pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.
O relator do processo, José Dutra (PMDB-AM), pediu a cassação de Antunes com base nas acusações levantadas pela CPI do Orçamento. Mas 24 deputados votaram contra a cassação e 20 a favor. Sete se abstiveram.
A decisão foi considerada pelo próprio presidente da CCJ, José Thomaz Nonô (PMDB-AL), um "efeito Fiuza". Ou seja, uma reação à decisão da CCJ, na quinta-feira passada, de inocentar o deputado Ricardo Fiuza (PFL-PE), um dos parlamentares mais conhecidos do Congresso.
"Peixe pequeno quando se pega devolve para a água", afirmou Carlos Kayath (PTB-PA), surpreso com o resultado do julgamento de João de Deus Antunes.
"Como absolver um deputado que desvia milhões de dólares e condenar outro por tão pouco?", justificou João Fagundes (PMDB-RR) comparando os julgamentos de Fiuza e de João de Deus. Fiuza nega que tenha desviado dinheiro público.
"Estou estarrecido. Só posso creditar este resultado a um julgamento político, ao efeito Fiuza", afirmou Nonô.
Além de João de Deus foi e de Fiuza, a CCJ também inocentou o deputado Aníbal Teixeira (PP-MG), a pedido do relator.
Fiuza e João de Deus foram inocentados contra o parecer dos relatores que pediram suas cassações por comportamento indevido a um parlamentar (falta de decoro).
O relator do processo de João de Deus concluiu que ele desviou dinheiro de subvenções sociais.

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