São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 1994
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FHC faz campanha no anúncio da data

TALES FARIA; MÁRCIA MARQUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em baixa nas pesquisas eleitorais, o senador e ex-ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) tentou ontem capitalizar para sua campanha à Presidência da República o anúncio da data de lançamento da nova moeda.
"Agora não dá mais para desvincular o plano da minha campanha", disse FHC à Folha logo após a solenidade de lançamento da nova moeda.
Ele fez questão de posar para fotos ao lado do presidente Itamar Franco e do ministro da Fazenda, Rubens Ricupero.
À saída do solenidade, ainda no Palácio do Planalto, FHC lembrou seguidas vezes que o plano era de sua autoria.
Ele afirmou que é o único candidato que pode dar continuidade ao real e acabar com a inflação. Se qualificou como a alternativa eleitoral para que o real não caia em "mãos incompetentes".
Procurou atingir seu principal adversário –o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva– se apresentando como o candidato de confiança dos empresários para que eles invistam e gerem mais empregos.
Disse que é candidato "para que o Brasil não caia na mão de incompetentes, que sem entender os mecanismos complicados da vida financeira, às vezes com boa vontade e boas intenções, não fazem certo".
E lançou suas farpas contra o Orestes Qurecia –pré-candidato do PMDB– quando perguntado se o plano econômico não se tornaria um estelionato eleitoral igual ao Plano Cruzado, implantando no governo do pemedebista José Sarney.
"Nem estelionato e nem eleitoral. E nem é bom estelionato de nenhuma espécie."
FHC afirmou que Itamar não anunciou o lançamento do real para 1º de julho por causa da sua candidatura. Os dois se reuniram por meia hora depois da cerimônia.
FHC não quis comentar os encontros de Itamar com o ex-presidente Sarney, que disputa a candidatura pelo PMDB contra Quércia.
FHC não comentou também a possibilidade de setores do PFL deixarem sua campanha para apoiar o ex-presidente. "Não falo sobre futricas."

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