São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994 |
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Lideranças criticam plano econômico
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Lideranças dos sem-terra criticaram ontem em Brasília o Plano Real, embora os coordenadores do movimento dissessem que suas reivindicações não estão ligadas à política econômica do governo.Avelino Ganzer, secretário-geral da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e irmão do deputado Valdir Ganzer (PT-PA), criticou as perdas causadas pela URV e conclamou à greve geral. Segundo Ganzer, o presidente Itamar Franco e os ministros estavam "mancomunados (combinados) para desmoralizar o movimento", que reuniu cerca de mil agricultores sem-terra na capital federal desde segunda-feira. O secretário-geral do Departamento Rural da CUT, Altemir Tortelli, disse que "o plano está lascando com os trabalhadores, mas a realização de manifestações esta semana é apenas uma coincidência". Ontem, eles foram recebidos pelo ministro da Agricultura, Sinval Guazzelli, e por representantes do Banco do Brasil, do Ministério da Fazenda e do Tesouro Nacional. Os sem-terra receberam a garantia de atendimento a suas reivindicações, que incluem o aumento de recursos do crédito agrícola e a revisão da classificação atual para os pequenos produtores. À tarde, os sem-terra fizeram uma manifestação em frente ao prédio do Ministério da Fazenda. Em Minas Gerais, cerca de 250 trabalhadores rurais completaram ontem três dias de ocupação à Superintendência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Belo Horizonte. Eles querem a posse definitiva das terras onde estão assentados há cerca de dois anos e recursos para plantio, educação e alimentação. O Incra é um órgão do governo federal responsável pela distribuição de terras nos Estados. No Rio Grande do Norte, cerca de cem trabalhadores sem-terra estão acampados desde segunda-feira em frente ao Palácio Potengi, sede do governo. Eles reivindicam obras de saneamento básico em áreas de assentamento na região norte do Estado. A assessoria de imprensa do governador Vivaldo Costa (PL) informou que as reivindicações estão sendo analisadas. Texto Anterior: Greves crescem em maio, diz Dieese Próximo Texto: A força dos precedentes Índice |
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