São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994 |
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Festa em PE só aceita negros
FELIPE OLIVEIRA
A festa ocorre há 15 anos pela confraria Malabar, que reúne cerca de cem negros. A idéia partiu de Genivaldo Marques, 38, o Malabar. Segundo ele, não há preconceito. "Minha casa parece um inferno, com tanto negro", declara. Segundo Marques, também não há qualquer protesto político. "Escolhemos uma forma diferente para comemorar o nosso dia", afirmou. Marques disse que nem o prefeito entra na festa. "De branco, somente os seis garçons, e eles têm que ter uma boa aparência", disse. Uma das garçonetes é sua mulher. Todos os servidores são brancos e de preferência de olhos azuis. Segundo Marques, todos os anos há brancos querendo entrar, mas são barrados. O início da festa, às 5h, é marcado por 24 foguetes de artifício que chamam os participantes para a comemoração do 13 de Maio. Em 13 de maio de l888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, extinguindo a escravidão. Ao meio-dia, começa o pagode animado por cantores negros e a música tem de ser de compositores negros. A alimentação será típica: buchada, sarapatel e carne de charque. A bebida é a cachaça. Texto Anterior: Movimento pede US$ 6,1 tri para indenizar descendente de escravo Próximo Texto: Greve de médicos e servidores não pára hospitais, diz secretaria Índice |
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