São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994
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Clint Eastwood defende livre comércio

AMIR LABAKI
ENVIADO ESPECIAL A CANNES

O ator e diretor americano Clint Eastwood ("Os Imperdoáveis"), presidente do júri de Cannes-94, defendeu ontem a "democracia" na relação entre os jurados e o "livre comércio para o cinema mundial".
Bem-humorado, trajando terno e gravata cinzas, Eastwood foi o destaque da mais concorrida entrevista coletiva de ontem.
"A qualidade é que conta", disse o criador de "Dirty Harry", descartando assim o estrito dirigismo pró-cinema de entretenimento defendido aqui há três anos pelo então presidente Roman Polanski.
"Intelectualizar ou não a análise é questão de cada um. Mas julgar segundo critérios nacionalistas não é bom", prosseguiu Eastwood.
Perguntado sobre a ausência dos grandes estúdios americanos no festival deste ano, o diretor, consagrado internacionalmente com filmes como "Bird" e "Os Imperdoáveis", disse não crer se tratar de um novo capítulo da guerra entre a Europa protecionista dos mercados e os EUA defensores do livre comércio internacional de filmes.
"Não há controvérsia. Acredito que Cannes selecionou os melhores filmes, fossem eles de grandes estúdios ou produções independentes", frisou.
Em Cannes-94, há apenas três filmes americanos na competição oficial – "Na Roda da Fortuna", de Joel Coen, "Pulp Fiction", de Quentin Tarantino, e "Mrs. Parker and the Vicious Circle" Alan Rudolph– todos independentes.
Eastwood contudo aproveitou a oportunidade para apoiar a posição hollywoodiana de defesa intransigente do livre comércio mundial de filmes.
"Sou pelo comércio livre. Gostaria de ver ampliado também nos EUA o espaço para os filmes franceses, italianos, russos etc."
Por qual filme Eastwood gostaria de ser lembrado aqui em Cannes? A resposta surpreende.
"Bronco Billy", de 1979. "Ele era um sonhador. Gosto de sua história."

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