São Paulo, sexta-feira, 13 de maio de 1994
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John Smith entrou no partido aos 16 anos

SÉRGIO MALBERGIER
DE LONDRES

O maior feito de John Smith na liderança dos trabalhistas foi unir o partido após a inesperada derrota para os conservadores nas eleições gerais de 1992 e lhe dar uma imagem mais atraente para os eleitores conservadores, refratários aos lemas socialistas da velha guarda do partido.
Ele assumiu o cargo poucos meses depois da derrota, sucedendo Neil Kinnock. Diferentes correntes do partido trocavam acusações sobre a quarta derrota seguida para os conservadores, que ganharam 336 das 651 cadeiras do Parlamento, contra apenas 271 dos trabalhistas.
Smith uniu o partido e conseguiu lhe dar uma imagem mais moderada.
Atraiu eleitores conservadores e empresários que ele ajudara a afastar na campanha de 1992 ao defender, como responsável pelo programa econômico, a elevação de impostos para financiar o assistencialismo do Estado.
Smith nasceu na Escócia (norte do Reino Unido) em 13 de setembro de 1938, numa família socialista presbiteriana. Ele entrou no Partido Trabalhista aos 16 anos e se formou advogado na Universidade de Glasgow.
Chegou ao Parlamento em 1970 e tornou-se ministro dos Transportes e o mais novo membro de um gabinete em 1978, aos 40 anos.
Se destacava no Parlamento pelo humor, dureza contra os adversários e honestidade.
Após sofrer um forte ataque do coração, há seis anos, Smith se considerava totalmente recuperado e havia retomado um de seus passatempos favoritos, caminhar pelas montanhas da Escócia.
Sua mulher, Elizabeth, recebeu condolências da rainha Elizabeth 2ª ontem. No final da tarde viajou para Edimburgo (Escócia), para se reunir com duas das três filhas do casal.
A filha mais velha, Sarah, 25, está viajando pelos EUA e a família não havia conseguido entrar em contato com ela até o final da tarde de ontem.
(SM)

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