São Paulo, domingo, 15 de maio de 1994
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Dinastia é dominada por militares e políticos

FERNANDO RODRIGUES; WILLIAM FRANÇA
DA REPORTAGEM LOCAL

Príncipe da sociologia na academia, Fernando Henrique tem na vida privada antepassados que lhe conferem uma estirpe incomum para a maioria dos políticos brasileiros que almejam a Presidência.
A dinastia inclui generais, marechais, um governador, um prefeito e um empreiteiro português. Alguns viraram nome de rua e ganharam bustos em Goiânia e no Rio.
Os bisavós paternos são Felicíssimo do Espírito Santo Cardoso (brigadeiro do Império e governador de Goiás) e Francisco Pinto Fernandes (empreiteiro da Coroa portuguesa no Rio, onde pavimentava as ruas da cidade).
Felicíssimo governou Goiás em 1888 e 1889. O único registro de sua gestão data de dezembro de 1888. Mandou construir um observatório astronômico na cidade de Goiás, então a capital do Estado.
Leônidas Cardoso, pai de FHC, deixou o Exército para ser deputado federal pelo PTB em 1950 e 1954. No início dos anos 50, participou da campanha pela criação da Petrobrás.
O general Leônidas nunca deixou de lado a hierarquia militar. Durante a campanha da panela vazia –um movimento contra a carestia nos anos 50–, recebeu ordem de prisão em sua casa. Um coronel e três praças foram até a rua Nebraska, 267, no Brooklyn (zona sul de São Paulo) para levá-lo preso.
Com uma metralhadora na mão, Leônidas ordenou aos soldados que buscassem o comandante da região. "Sou general. Não posso ser preso por um coronel", disse. Meia hora depois, aceitou ser levado para a prisão pelo comandante.
(Fernando Rodrigues)
Colaborou WILLIAM FRANÇA, da Sucursal de Brasília

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