São Paulo, domingo, 15 de maio de 1994
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Alemão teve medo de ir ao velório de Senna

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O piloto alemão Michael Schumacher disse em Mônaco que deixou de comparecer ao velório e ao enterro de Ayrton Senna por temor de ser hostilizado no Brasil.
"Não viajei ao Brasil para o enterro de Ayrton Senna em São Paulo porque tinha medo que algum fanático, entre o milhão e meio de pessoas que foram ao velório, me agredisse, pondo em mim alguma culpa pela morte."
Schumacher lidera o campeonato de Fórmula 1 deste ano, depois de ter vencido as três primeiras corridas da temporada. Ele seria o principal adversário de Senna.
"O fato de não ter viajado ao Brasil não quer dizer que eu não tenha ficado comovido. Apesar de Senna e eu não sermos ótimos amigos, éramos colegas e nos dávamos bem", afirmou o piloto.
O enterro de Senna, realizado há dez dias, foi acompanhado por nove pilotos estrangeiros.
Vieram Gerhard Berger, Alain Prost, Damon Hill, Michele Alboreto, Thierry Boutsen, Johnny Herbert, Derek Warwick e Pedro Lamy, além do veterano escocês Jackie Stewart.
Senna morreu ao sair da pista e bater contra o muro na curva Tamburello, durante o Grande Prêmio de San Marino, disputado no circuito de Imola (Itália).
"Imola foi um desastre. Não poderia ter sido pior. Os dias seguintes foram muito amargos. Por algum tempo eu não tive certeza se podia ou queria continuar como piloto, se podia continuar a correr como antes", disse Schumacher.
Quando viu Senna sair da pista, o alemão pensou que não tinha sido um acidente tão grave. "Achei que Senna teria um pouco de dor de cabeça, mas que em alguns dias voltaria a correr", afirmou.

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