São Paulo, domingo, 15 de maio de 1994
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Obsessão por segurança toma conta de Mônaco

CLÓVIS ROSSI: ANDRÉ LAHOZ
DOS ENVIADOS ESPECIAIS A MÔNACO

Vinte e quatro anos de experiência na cobertura da F-1 dão ao fotógrafo brasileiro Lemyr Martins (revista Quatro Rodas) autoridade suficiente para dizer: "Nunca vi antes um GP sob tamanha tensão".
É uma descrição adequada para a obsessão com segurança que tomou conta do GP de Mônaco.
Obsessão evidente no comportamento da FIA (a entidade que dirige o automobilismo mundial). Seu presidente, Max Mosley, descarta, com base na autópsia, que a súbita desaceleração do carro de Senna, consequência do choque no GP de Imola, tenha sido a causa dos danos a seu cérebro.
Mesmo assim, pede "boas idéias e muita pesquisa" para encontrar equipamentos capazes de proteger a cabeça dos pilotos.
Essa área do corpo foi erigida em prioridade absoluta. Bernie Ecclestone, presidente da associação dos construtores, orgulha-se de, em 20 anos de batalha, a F-1 ter virtualmente eliminado fraturas em outras partes do corpo.
Mas admite: "Do ombro para cima, aí há um grande problema".
O conjunto de normas anunciado sexta-feira pela FIA ataca apenas parciamente esse aspecto. Prevê que o cockpit será aumentado para permitir maior proteção lateral para a cabeça do piloto.
Mas muitos dos especialistas presentes em Mônaco suspeitam que o prazo para essa novidade (o GP do Canadá, dia 12 próximo) é muito curto para que ela seja de fato introduzida.
Seja como for, é evidente em todos os pontos do circo da F-1 uma enorme torcida para que hoje se interrompa o que os jornais franceses batizaram de "série negra" do automobilismo, em alusão à sequência de acidentes desde Imola.
(CR e ALz)

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