São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994
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"PSDB parece um gay no armário"

Expressão é do ministro da Fazenda

SONIA MOSSRI
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE

O ministro da Fazenda, Rubens Ricupero, comparou ontem o PSDB a "um gay que não quer sair do armário".
Ele fez tal afirmação ao sugerir que o PSDB não se assume como um partido de centro e quer parecer de esquerda.
"O PSDB é parecido com a velha UDN. Tem bons quadros e é competente. Pensa que é de esquerda, mas é de centro", disse.
"Sair do armário" é a tradução da expressão americana "To come out of the closet", especialmente empregada pelos gays quando alguém assume sua condição homossexual.
Desde que desembarcou na noite de quinta-feira, em Porto Alegre, Ricupero repetiu várias vezes que não tem "militância política".
O ministro fez questão de desvincular as medidas do plano real da campanha de Fernando Henrique à Presidência.
"Não estou fazendo propaganda para o FHC", reagiu Ricupero quando indagado sobre insinuações de parlamentares de que as suas viagens para divulgar o real em várias capitais ajudariam o candidato tucano.
Ricupero é favorável ao parlamentarismo. "No fundo, hoje, precisamos eleger um primeiro-ministro", ressaltou o ministro ao criticar o modelo presidencialista brasileiro.
Ele afirmou que o país precisa eleger "alguém capaz de fazer alianças" para ter uma base política no Congresso.
O ministro avalia que o problema central de qualquer presidente é a aliança que poderá obter junto ao Congresso.
O ministro não quis responder qual seria o melhor candidato para formalizar alianças e garantir uma base sólida no Legislativo. Fez questão de afirmar que não estava se referindo a FHC.
"Eu vou ser muito realista. É um fato que o Fernando Henrique era o ministro quando elaborou o plano. É claro que ele vai procurar sempre mostrar que o plano foi criado na gestão dele. É correto e natural", disse Ricupero.
Disse também que "não é verdade" que a equipe econômica recebe pressões de FHC, ou do próprio governo, para não adotar medidas impopulares na fase de adoção do real. "Isso nunca aconteceu", comentou.`

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