São Paulo, sábado, 21 de maio de 1994
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Economistas do partido entram em choque

FERNANDO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL

A demora do PT em estabelecer qual será a política de administração da economia fez sua primeira vítima: o economista Paulo Nogueira Batista Jr.
Paulo Nogueira divergiu do principal conselheiro econômico de Lula, o deputado federal Aloizio Mercadante (PT-SP) anteontem. Ontem, nervoso, saiu do comitê de campanha dizendo não acreditar nas posições expressas por Mercadante.
Lula e Mercadante desqualificaram uma proposta de Paulo Nogueira para administrar a nova moeda, o real.
A idéia do economista era evitar o atrelamento do real ao dólar e utilizar garantias internas para a moeda.
Lula e Mercadante dizem ser contrários à dolarização, mas também rejeitam a proposta de Paulo Nogueira.
A situação se tornou embaraçosa quando Mercadante expressou em público, várias vezes, seu desprezo pela idéia de Paulo Nogueira Batista.
"Ele não pode ser contra a idéia porque não a conhece", rebateu Paulo Nogueira, ao sair do comitê de campanha de Lula, às 16h20 de ontem. O economista estava nervoso e se recusou a falar sobre o assunto.
"Vocês distorcem tudo", disse para a reportagem da Folha. Segundo o economista, Mercadante jamais teria dito ser contra sua idéia. O deputado não apenas disse ser contrário à idéia como o fez na frente do economista.
Anteontem, Lula havia dito que a maioria dos membros do Diretório Nacional do PT seria contra a proposta de Paulo Nogueira.
Para Aloizio Mercadante, o episódio "ficou desagradável" para Paulo Nogueira, mas "está encerrado". Disse que conversaria por telefone com o economista para tentar contornar a situação.

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