São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994
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Sobra de caixa gera compras

MARISTELA MAFFEI
DA REPORTAGEM LOCAL

Com a compra do controle de empresas, os bancos têm um novo segmento para destinar o excesso de caixa decorrente do mercado financeiro.
A disponibilidade de recursos coincide com o momento em que as empresas estão se vendo obrigadas a abrir mão do controle familiar para uma gestão profissional.
Com equipes formadas especificamente para assumir o comando dos negócios, os bancos de investimentos compram empresas virtualmente "quebradas" e desencadeiam o processo de saneamento.
Depois, abrem o capital e ganham com a valorização das ações nas Bolsas de valores.
Os bancos levam vantagem nas aquisições. Além de seu próprio caixa, contam com os recursos dos fundos de investimentos.
Estes fundos reúnem várias empresas ou pessoas físicas dispostas a investir na compra e reestruração de empresas.
Somente o GPI, o fundo do Banco Garantia, tem US$ 400 milhões em caixa para comprar empresas. Desse total, US$ 300 milhões foram captados junto a grandes investidores do exterior.
Outros bancos preparam-se para estruturar mecanismo semelhante para captar recursos. É o caso do Banco Icatu, com o Icatu Asset Management; e do Fundo de Investimento do Banco Pactual, já com US$ 200 milhões em carteira.
O fundo de investimento foi também a porta encontrada pelos bancos para evitar um potencial conflito de interesses com os seus próprios clientes.
O Banco Garantia, por exemplo, só faz aquisições para o grupo através do GPI, que funciona com estrutura independente e opera como empresa a parte.
"O Banco faz o chamado bussiness de intermediação, temos equipes e operações completamente distintas das do GPI, que foi formado para comprar e administrar outras empresas", afirma Claudio Haddad, diretor-superintendente do Banco Garantia.
(MM)

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