São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994
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Supermercados vão adotar URV

DA REPORTAGEM LOCAL

Os supermercados do país podem converter seus preços para a URV a partir dessa semana, disse Omar Assaf, vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados).
Ele disse que a conversão dos preços dos produtos dos supermercados para a URV depende apenas do "sinal verde" da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo.
O governo autorizou os supermercados a usarem a URV em março. Mas surgiu um problema legal, explicou Assaf.
"É ilegal emitir notas fiscais de venda em URV e nossas caixas registradoras não têm condições de calcular o valor, em cruzeiros reais, produto por produto", disse.
A solução encontrada pela Apas, em estudo na Secretaria da Fazenda, sugere que apenas o valor total das compras seja transformado em cruzeiros reais.
A Apas espera uma resposta positiva da Secretaria da Fazenda esta semana, segundo Assaf.
Mesmo assim, disse, apenas a metade dos supermercados do país tem máquinas registradoras capazes de fazer a soma em URV e dar o preço final em cruzeiros reais.
Ele deu essa informação, ontem, na abertura da "Apas 94", a 10ª Convenção Paulista de Supermercados.
A "Apas 94", que inclui uma feira de supermercados, com 165 expositores, continua até quarta-feira, no Expo Center Norte, em São Paulo.
Armando Jorge Peralta, presidente da Apas, disse que o setor atravessa um "momento de grande expectativa" com a implantação do Plano Real.
Peralta afirmou que o Plano Real, "o primeiro plano econômico cujas regras ficam por conta do mercado", causa dificuldades de entendimento entre varejistas e fornecedores.
"São divergências naturais porque cada lado quer defender seus respectivos interesses", disse.
Peralta afirmou, porém, que os empresários não podem esquecer "o interesse maior da nação", porque "o sucesso do plano depende em grande parte de nossas atitudes".
Peralta criticou "os dirigente do país". Para ele, o governo fez pouco para que o plano funcione a médio e longo prazos, "não tomando as medidas que lhe compete".
Entre essas medidas, Peralta destacou a revisão constitucional com as reformas política e tributária, desestatização e redução do tamanho do Estado.
"O Estado deve se voltar exclusivamente para suas atividades- fim, porque, sem dúvida alguma, o maior gerador de inflação, corrupção neste país é a situação do Estado empresário", disse.

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