São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994 |
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Três do Palmeiras farão falta na Copa
MARCELO FROMER; NANDO REIS
Brasil teimoso desperdiça jogadores MARCELO FROMER e NANDO REIS Com o encerramento dos Campeonatos Paulista, Carioca e Mineiro, vem à superfície uma triste constatação. Os três times campeões –e vale dizer que venceram por serem realmente os melhores em seus respectivos estados, essas três grandes agremiações, juntas, só fornecerão quatro dos 22 atletas que Teimoso levará à Copa. E tem mais, só dois desses atletas têm seu lugar garantido na equipe titular até o presente momento, nesse famoso esquadrão que "venceu o Uruguai". E que momento é esse? É o momento em que o Brasil se mostra pouco inteligente, ineficiente e que mais uma vez faz valer a lei do desperdício: este é o Brasil teimoso. Vejamos: quanto a Vasco e Cruzeiro, talvez pelo fato de não termos acompanhado tão bem os seus jogos como fizemos com as equipes de São Paulo, podemos esbarrar em algum esquecimento. Mas, pelo que pudemos observar, os convocados Ricardo Rocha e Ronaldo são realmente as duas únicas peças indispensáveis. Mas o problema maior recai sobre o melhor time da atualidade no Brasil, o verde e branco dos jardins suspensos. Vamos começar pela lateral esquerda. Acompanhamos no domingo retrasado os dois jogos que encerraram os campeonatos de Rio e São Paulo. Enquanto no Maracanã Branco, titular do Teimoso, transformava sua experiência em melancólica morosidade e literalmente se arrastava em campo quando seu time foi derrotado e perdeu assim o título para o Vasco, Roberto Carlos, no Pacaembu, enchia os olhos com seu vibrante futebol jovem. Será que não é justamente disso que nós estamos precisando? Está no meio-campo a outra aberração dos esquecidos do Palestra. No sábado pudemos acompanhar pela TV o jogo em que o La Coru¤a deixou o título lhe escapar. E o que mais chamou atenção foi a nova função desenvolvida por Mauro Silva neste jogo. Bem diferente do que faz na seleção, esteve por muitas vezes na área adversária, mostrando assim suas limitações na hora das assistências e conclusões. Dunga também não prima pelo senso de distribuição, chegamos finalmente ao nome que na lista dos 22 deveria figurar: César Sampaio. O César também já foi apenas um excelente destruidor. Mas quando há um bom técnico na retaguarda o jogador tende a melhorar. E foi o que aconteceu com o Sampaio. Isso ocorreu também com o Evair, antes apenas um centroavante "matador", que agora também pode armar e distribuir as bolas na beira da área, tornando-se peça fundamental na sua equipe ou em qualquer outra que pretenda fazer muitos gols. São exemplos de jogadores que, no último ano, ampliaram e desenvolveram suas funções em campo devido à boa orientação de seus técnicos. Mas não é o caso da nossa famosa dupla, incapaz até de extrair de seus jogadores o que eles sempre fizeram em seus próprios clubes. Afinal, alguém já viu o Parreira levantar alguma vez do banco a não ser quando precisou informar o tempo que faltava para o término da partida? Por que será? Certamente ele não teria muito o que dizer a seus jogadores. Com o Teimoso faltam apenas 25 dias para começarmos a perder mais uma Copa. Marcelo Fromer e Nando Reis são músicos da banda Titãs Texto Anterior: Luxemburgo não vai à reunião sobre Edmundo Próximo Texto: A corrida Índice |
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