São Paulo, segunda-feira, 23 de maio de 1994
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Acidentes matam 50 mil por ano

EDUARDO VIOTTI
EDITOR DE VEÍCULOS

O lugar mais perigoso em que você pode estar no Brasil é dentro de um carro em movimento. É mais perigoso que transar sem camisinha com uma figura desconhecida. Muito mais arriscado que passear com uma vistosa corrente de ouro na praça da Sé (centro de São Paulo).
Acidentes de automóveis são a maior causa da morte de pessoas com até 25 anos. Matam mais que qualquer doença incurável ou que os crimes de uma cidade.
São 50 mil mortos por ano (apenas os que morrem no local do acidente mesmo, os que morrem mais tarde no hospital não estão incluídos nesse número). É mais do que o número de norte-americanos mortos em dez anos de Guerra do Vietnã.
E não adianta considerar-se a salvo em qualquer circunstância. As estatísticas indicam que não adianta estar em um carro novo e seguro, por exemplo. Tanto faz: 90% dos acidentes são causados por falhas humanas, 6% são causados por problemas na via (estrada ou rua) e apenas 4% das tragédias são causados por defeitos nos automóveis.
As estatísticas acabam também com a idéia de que "só para ir ali mesmo" não é preciso usar cinto. A grande maioria dos acidentes acontece dentro de um raio de seis quilômetros da casa da vítima.
O cinto de segurança é a única esperança de sobrevivência em caso de batida. Reduz em 80% as possibilidades de se espetar a cara no vidro e em 100% dos casos diminui a gravidade dos ferimentos.
Não acredite nas velhas e fraquíssimas desculpas para não usá-lo. Você preferiria cair dentro de um rio, por exemplo, desacordado e sangrando ou consciente, apto a soltar o cinto e sair nadando?
Os acidentes têm até data e hora marcada para acontecer. A maioria deles ocorre por volta das 2h da madrugada de sábado, em grandes cidades, envolvendo jovens alcoolizados com idades entre 16 e 25 anos. Os grandes acidentes em estradas são mais feios e mais divulgados. Mas é nas cidades que os jovens morrem, todo dia.

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