São Paulo, sábado, 28 de maio de 1994 |
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Cúpula do PT insiste para Lula recuar
CARLOS EDUARDO ALVES
Lula, contrariando a recomendação de seu advogado Luiz Eduardo Greenhalgh e do presidente do partido, Rui Falcão, passara o dia insistindo que iria descumprir a determinação da Justiça que vedava o uso de carro de entidades sindicais em campanhas eleitorais. Lula entende que a restrição é injusta. Na conversa com os coordenadores de sua campanha, Lula relutou em aceitar o recuo, mas no final acabou concordando que não era a hora de "esticar a corda". Lula não deu garantias totais, no entanto, de que não voltará a questionar a decisão da Justiça. Mas deixou claro que nas suas declarações públicas sempre fará a ressalva de que, caso chegue à Presidência, respeitará a Constituição. Na reunião, Greenhalgh e Falcão ponderaram que o candidato estava sofrendo um desgaste desnecessário também por introduzir na discussão que entre o "justo e legítimo" e a lei ficava com a primeira opção. Greenhalgh adiou para terça-feira a entrada no Supremo Tribunal Federal (STF) de uma ação direta de inconstitucionalidade e de um pedido de liminar para suspender o artigo 57, inciso 6, da lei eleitoral. Reside ali o veto para que partidos e candidatos recebam doações de entidades sindicais. A pesquisa do Datafolha sobre sucessão presidencial foi recebida com alívio no PT. Temia-se que Lula fosse prejudicado pelas recentes greves organizadas pela CUT e pela recusa em debater com FHC. Mas o candidato Lula recuou apenas de 42% para 40%, dentro da margem de erro da pesquisa. O PT analisa a possibilidade de tentar impedir judicialmente a circulação de cédulas do real com a assinatura de FHC por entender que se trataria de propaganda eleitoral. Mas é remota a hipótese de levar adiante a idéia. Texto Anterior: Crítica é `picuinha', diz petista Próximo Texto: Procuradoria abre processo contra Baneser Índice |
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