São Paulo, sábado, 28 de maio de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Almirante quer mais verbas para militares

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

O almirante Hernani Goulart Fortuna, 59, candidato à Presidência da República pelo PSC (Partido Social Cristão), defende o aumento dos recursos orçamentários para gastos militares.
Ele considera que, aos poucos, pode-se destinar 6% do Orçamento para isso, começando por 4% no primeiro ano. Hoje, os militares recebem 2,7%.
Fortuna prega uma ampla reforma administrativa e patrimonial logo nos primeiros dias de governo e, para isso, disse que utilizará o recurso de medidas provisórias.
Na reserva desde 9 de junho de 1993, ele foi comandante da Escola Superior de Guerra em seu último posto na ativa.

Folha - Como surgiu sua candidatura?
Hernani Fortuna - A candidatura não foi adredemente planejada. Me filiei ao PSC no último dia permitido pela legislação (7 de janeiro) e pretendia participar da ação política como deputado federal. Com a decisão do STF de permitir aos pequenos partidos terem candidatos e com a impossibilidade legal da candidatura de José Sarney, fui chamado para esta missão.
Folha - Quais são seus planos de governo?
Fortuna - Tenho um programa de governo pronto. Não estou fazendo caravanas há três ou quatro anos, faço caravanas há 40 anos não por questão política, mas por questão profissional. São necessárias reformas patrimonial, tributária e administrativa, além de toda a prioridade para saúde e educação, sem o que o povo não tem condições de exercer sua cidadania.
Folha - O sr. acha que as Forças Armadas devem agir para conter a violência urbana?
Fortuna - As Forças Armadas têm sua atribuição constitucional de preservar a lei e a ordem. Onde for estabelecido o caos tem que se estabelecer a ordem. Não vamos interferir sem razão palpável, apenas se um Estado pedir socorro.
Folha - Defende o monopólio do petróleo e telecomunicações?
Fortuna - Nas telecomunicações, a questão pode avançar de imediato. Se há demanda não atendida de telefones, podemos ter outra empresa prestando o serviço junto com a Telebrás. No caso do petróleo, o Estado é pioneiro na prospecção com tecnologia de ponta e isto não deve ser abandonado. Não se pode mudar isto da noite para o dia.
Folha - Como o sr. avalia os governos militares?
Fortuna - Os governos militares transformaram o Brasil de 46 para 8 PIB (Produto Interno Bruto) do mundo, mas por outro lado, as lideranças políticas não se renovaram. Com a anistia, voltou a prática política da década de 50.

Texto Anterior: `Nanicos' reduzem tempo dos candidatos
Próximo Texto: Câmara tenta reaver apartamentos ocupados por três ex-deputados
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.