São Paulo, segunda-feira, 6 de junho de 1994 |
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Tese aponta saúde da democracia no Brasil
FERNANDO DE BARROS E SILVA
Análise de cientista político com base nos dados do Datafolha mostra que as pessoas sabem distinguir governo e regime O conceito abstrato da democracia no Brasil vai muito bem, obrigado. Já os partidos, as instituições, os poderes constituídos e os políticos, esses passam mal. Esse é o paradoxo que o cientista político José Álvaro Moisés, 48, professor do Departamento de Ciência Política da USP, vai submeter à avaliação de sua banca examinadora na quarta-feira, quando defende sua tese de livre-docência intitulada "Os Brasileiros e a Democracia". O trabalho tem como base quatro pesquisas nacionais de opinião feitas pelo Datafolha sobre a adesão dos brasileiros à democracia. A primeira é de 89. A última de 93. No período, Moisés detectou um crescente apego dos entrevistados pela democracia. Em 89, 43% diziam preferir o regime democrático. Em 93, 59% manifestaram essa mesma posição. Ocorre que 80% dos entrevistados têm ojeriza pelos políticos. Como ficamos? Numa perspectiva otimista, pode-se dizer que as pessoas estão sabendo separar governo e regime. O primeiro, a gente troca pelo voto. O segundo, deve-se conservar. Texto Anterior: Itamar abre reunião da OEA no Pará Próximo Texto: Tese aponta saúde da democracia no Brasil Índice |
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